A Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) se encerra neste domingo (14). Entre palestras e conversas com autores, chamaram a atenção o tom fortemente político que reflete o clima no Brasil e no mundo. O evento que termina hoje sua 17ª edição também ficou marcado por momentos de tensão.
Já na mesa de abertura da Flip , na quarta-feira (14), a crítica literária Walnice Nogueira Galvão, que estuda Euclides da Cunha, autor homenageado, comparou a cobertura que o escritor fez da Guerra de Canudos com os acontecimentos atuais. “Não foi Donald Trump que criou as fake news. Talvez nós tenhamos esse privilégio”, disse Walnice, arrancando risos da plateia. “A cobertura de Canudos foi uma das maiores fraudes da história do Brasil e todo mundo acreditou”.
No terceiro dia do evento, Luiz Schwarcz, presidente da Companhia das Letras, envolveu-se numa briga. Schwarcz deu um soco num homem que o interpelou pouco antes da mesa "Angico", da qual participou.
Um homem teria abordado o presidente da editora e o agredido verbalmente porque Schwarcz se recusou a repassar ao escritor moçambicano Mia Couto um livro entregue a ele, no mês de abril, pelo participante da festa literária . Mais tarde, por meio de nota, Schwarcz lamentou o ocorrido.
No mesmo dia, a palestra do jornalista Glenn Greenwald, editor do site The Intercept Brasil, foi marcada por intensos protestos de apoiadores da Operação Lava Jato e do ministro Sergio Moro. Manifestantes atrapalharam debate organizado pela Flipei (Festa Literária Pirata das Editoras Independentes) com som alto e fogos de artifício. Glenn teve que ser escoltado para evitar confusões.
A Flip é a maior festa literária do Braisl. Em 2019, na sua 17ª edição, o evento reuniu cerca de 30 mil turistas durante cinco dias.