O cinema, como sempre, foi prolífero em 2017 e o ano viu muita coisa memorável acontecer. Houve, ainda, a insurgência de movimentos importantes para mudança de paradigmas em Hollywood , como a intolerância em relação a casos de assédio sexual e moral que explodiu com força na esteira de uma reportagem investigativa publicada pela The New Yorker em outubro.

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O ano foi intenso, ainda, para diretoras e personagens femininas – como a Mulher - Maravilha que se transformou no maior hype da temporada. Para dar melhor dimensão ao que foi o ano no cinema , o iG Gente selecionou dez momentos, dez cenas que explicam esse 2017.

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Astros no Brasil

Em 2017, diversos astros estiveram no Brasil. Entre eles: Hugh Jackman, Nick Jonas e Will Smith
Divulgação/FOX/Sony /Warner
Em 2017, diversos astros estiveram no Brasil. Entre eles: Hugh Jackman, Nick Jonas e Will Smith

O País entrou definitivamente no mapa da mina de Hollywood. Já há algum tempo, o Brasil é um dos principais polos internacionais de lançamentos de produções hollywoodianas, ao lado de Rússia e China. Em 2017, astros do cinema americano e europeu pipocaram por aqui durante todo o ano. Até o diretor do festival de Cannes, Thierry Frémaux apareceu para falar do novo filme dele. O francês Michel Hazanavicius, oscarizado por “O Artista” também veio falar de "O Formidável". E teve Hugh Jackman (“Logan”), M. Night Shymalan (“Fragmentado”), Andy Serkis (“Planeta dos Macacos: A Guerra”), Darren Aronofsky (“mãe!”), Luc Besson e Dane DeHaan (“Valerian e a Cidade dos Mil Planetas”), Nick Jonas (“Jumanji”), Will Smith (“Bright”), entre outros.

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Mania de “La La Land”

Reprodução/YouTube
"Saturday Night Live" tirou uma com a febre provocada por "La La Land"

O ano de 2017 começou sob o impacto de “La La Land – Cantando Estações”. O filme prometia ser a grande força no Oscar – recebeu 14 indicações igualando os recordes de “A Malvada” e “Titanic”. O filme gerou empatia, paixões e ranço – uma das palavras mais badaladas do ano. O debate em torno do filme foi uma das coisas mais polarizantes do primeiro trimestre do ano, pelo menos nas rodinhas cinéfilas e o humorístico americano “Saturday Night Live” até fez uma esquete brincando com a proibição de não gostar de “La La Land”.

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Gafe histórica

Gafe no Oscar virou meme e foi comparado ao erro no Miss Universo de 2016
Reprodução/Twitter
Gafe no Oscar virou meme e foi comparado ao erro no Miss Universo de 2016

O filme de Damien Chazelle ainda foi parte na maior gafe da história da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, que outorga o Oscar. Warren Beatty e Faye Dunaway erraram o nome do vencedor do Oscar de melhor filme, “Moonlight”, e anunciaram “La La Land”. O constrangimento foi generalizado, assim como os Memes que inundaram o planeta em consequência de um dos momentos mais inusitados da cultura pop em 2017.

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Maravilhosa

Em um ano saturado de super-heróis, ela foi absoluta e beirou a unanimidade. “Mulher-Maravilha” foi um acontecimento. O hype foi enorme, a aprovação também. O filme pode até não corresponder tamanho entusiasmo, mas certamente faz jus ao otimismo que enseja. Patty Jenkins representou maravilhosamente bem o bom ano para diretoras e garantiu que “Mulher-Maravilha” se tornasse o filme dirigido por uma mulher de maior arrecadação da história.

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As entranhas da arte

Divulgação/Pandora Filmes
"The Square" foi um dos marcos do cinema sueco do ano

Em um ano que arte e as manifestações artísticas ganharam os holofotes da polêmica, o festival de Cannes ratificou sua essência reflexiva e sua contemporaneidade premiando o longa sueco “The Square”, cuja matéria-prima é justamente a arte. A discussão que o filme de Ruben Östlund encampa é sobre a relevância e os objetivos da arte em uma sociedade anestesiada. É um grande filme. Problematizante, ruidoso e frequentemente incômodo. A estreia no Brasil está marcada para janeiro. O longa concorre ao Globo de Ouro e é o virtual vencedor do Oscar na categoria de filme estrangeiro.

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Não passarão?!?

Casos de assédio também marcaram Hollywood em 2017
Reprodução/CBS/FX/Netflix
Casos de assédio também marcaram Hollywood em 2017

A era Harvey Weinstein acabou em Hollywood o que se viu manifestar no vácuo que se estabeleceu foi um rompante de intolerância aos costumes dominantes em uma Hollywood que digladia-se com seu passado. As ramificações de um movimento muito elogiado e acompanhado com excessos e perversões pela opinião pública ainda é pura especulação. Mas há muito otimismo com o futuro que está sendo construído com as ruinas de Weinstein, Spacey, Louis C.K, entre outros.

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O renascimento do terror

Não é de hoje que Jason Blum manda no terror, gênero com tantos fãs e tantos altos e baixos. Mas o ano de 2017 foi especialmente salutar. Ele esteve de alguma maneira envolvido com todos os lançamentos relevantes do ano. “Fragmentado”, “A Morte te dá Parabéns”, “Amityville: O Despertar” e ainda pode levar o gênero novamente à categoria de melhor filme no Oscar com “Corra!”. O ano ainda teve “It – A Coisa”, reimaginação da obra de Stephen King apavorando no cinema e se tornando a maior bilheteria de uma produção não recomendada para menores de 18 anos. Com US$ 698 milhões em caixa, a fita é a décima maior bilheteria do ano.

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O apetite da Disney

capa de revista
Reprodução/THR

No finalzinho de 2017, a Disney surpreendeu ao comprar a FOX

Em um movimento sem precedentes na história da indústria cinematográfica, um grande estúdio de cinema foi comprado por outro. O negócio em que a divisão de entretenimento da FOX foi comprada pela Disney movimentou cerca de US$ 66 bilhões em ativos e passivos e ainda precisa do aval de órgãos reguladores para ser concretizado. De todo modo, o apetite da Disney, que realizou compras monumentais nos últimos 15 anos é assombroso. A empresa se mobiliza para entrar forte no mercado do streaming e será ainda mais imbatível no cinema.


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O adeus (?) do Deus da atuação

Daniel Day-Lewis se despede do cinema com romance sinistro
Divulgação/Universal
Daniel Day-Lewis se despede do cinema com romance sinistro "Trama Fantasma"

Daniel Day Lewis anunciou em meados de 2017 que “Trama Fantasma”, pelo qual está indicado ao Globo de Ouro e que estreia em janeiro no Brasil, será seu último filme. O ator, que já é naturalmente bissexto, revelou que está cansado e que como costuma investir muita energia em seus papeis, não pretende mais atuar. Daniel Day Lewis venceu o Oscar três vezes e é o maior vencedor entre os atores. Foi nomeado um total de cinco vezes. Esses números devem mudar a julgar pela recepção a seu novo trabalho e, também pela perspectiva de premiá-lo uma última vez.

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Blockbusters com tutano

Reprodução/Fox/Paramount/Blade Runner/Warner
"Logan", "Dunkirk", "mãe!" e "Blade Runner 2049" fizeram sucesso entre os blockbusters

Uma queixa antiga, especialmente da crítica, dá conta da falta de criatividade dos estúdios que sempre apostam em franquias e adaptações de outras mídias. O ano de 2017 apresentou blockbusters com alma. Filmes que propuseram algo mais, algo diferente. Em face da ascensão do streaming, o dito cinemão contra-atacou com experiências cinéticas para o cinema. Filmes tão diversos e polarizantes como “Logan”, “Blade Runner 2049” , “mãe!” e “Dunkirk” mostraram que há esperança para o cinemão.

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