Gabriela Moreyra
Vinicius Ziehe
Gabriela Moreyra

Com 35 anos e 17 de carreira, Gabriela Moreyra está em "Olhar Indiscreto", que figura entre os títulos de língua não inglesa mais vistos do mundo na Netflix. Carioca, a atriz estreou na TV em "Bicho do Mato", na Record, em 2006. Mas foi em 2015, depois de ter atuado em outros folhetins da emissora, que acabou alçada ao posto de estrela de "Escrava Mãe", de Gustavo Reiz, que acenava com nostalgia para milhões de espectadores que acompanharam a história de Lucélia Santos e Rubens de Falco em "Escrava Isaura". 

Com formação em dança, Gabriela fez parte do elenco de "Segundo Sol", "Bom Sucesso" e "Salve-se Quem Puder", todas na Globo. No cinema, estrelou o longa-metragem "Para Além da Memória", em Portugal. Em julho deste ano, poderá ser vista em "Os Aventureiros – A Origem", de Luccas Neto, irmão de Felipe Neto e dono do maior canal infantil do YouTube brasileiro, com quase 39 milhões de inscritos e mais de 13 bilhões de visualizações acumuladas. 

Gabriela Moreyra está na série 'Olhar Indiscreto', da Netflix
Reprodução/Instagram
Gabriela Moreyra está na série 'Olhar Indiscreto', da Netflix

Além de falar sobre o thriller de terror psicológico, a artista deu detalhes de sua participação no projeto direcionado ao público "miúdo" e não escondeu o entusiasmo. "Eu contei ao Luccas que tinha na minha wishlist uma guerreira e pude realizar isso. Catarina está chegando, e estou superempolgada para poder contemplá-la ao lado do meu sobrinho Noah, que pergunta toda semana quando é que sai o filme (risos). Vai ser muito divertido ver nas telonas uma mulher forte de um universo paralelo", celebrou. Confira os melhores momentos da entrevista exclusiva na íntegra!

Gabriela Moreyra
Vinicius Ziehe
Gabriela Moreyra


1. Gabriela, como foi a elaboração de "Olhar Indiscreto"? 

Intensa e muito interessante. Fizemos reuniões e workshops por zoom. Uma das aulas foi apenas sobre BDSM [que consiste, de modo simplificado, em sentir ou provocar consensualmente prazer sexual prendendo, amarrando e dando até "tapinhas" no parceiro], com Mestre Sadic, que, por muitos anos, teve suas práticas deturpadas no universo da teledramaturgia. 

Além disso, houve uma preparação presencial com a "fada" Marina Elias, que nos ajudou não apenas na construção dessas personagens, mas também nas relações entre elas. Esse trabalho corporal, no início do processo, foi importantíssimo.

2. A produção está entre as mais assistidas na plataforma. Qual foi sua reação ao receber a notícia? 

Fiquei surpresa ao vê-la alcançando um resultado significativo. Eu achava que faria um bom burburinho, mas tomou uma proporção que não imaginava. Recebo mensagens de muita gente elogiando o enredo e a Diana, e perguntando se existem outros conteúdos meus a que possa assistir. 

Enche meu coração de alegria saber que amigos meus, que moram fora, agora podem ter acesso ao que faço e acompanhar esse trabalho, do qual me orgulho muito. Lembro que, quando recebi o roteiro, enquanto líamos juntos, dizia "eita" a cada cinco minutos (risos) e pensava: "Nossa! É o tipo de série que veria!".

Gabriela Moreyra em 'Olhar Indiscreto'
Reprodução/Instagram
Gabriela Moreyra em 'Olhar Indiscreto'

3. Acha que a Diana é sua atuação mais madura em termos de consistência?

O que eu sinto é que ela me deu a possibilidade de fazer algo completamente diverso e distante do que o telespectador tinha visto em outros papéis até então. Para o ator, ter a chance de mostrar isso é um presente, uma oportunidade, e eu agarrei com unhas e dentes. 

4. Você foi a primeira negra protagonista de novela da Record em 2016. Como se sente por ter sido, de certa forma, uma precursora desse espaço?

Sou grata a atrizes como Zezé Motta, Ruth de Souza, Jacira Sampaio, iniciantes no movimento, que abriram caminho para nós. Agora estou andando por ele e reforçando para que mais jovens possam seguir com estabilidade. 

Ainda que exista, sim, um aumento de negros e negras no vídeo, há a necessidade de mais retintos. Sei que, por eu ser de pele mais clara, a aceitação é muito maior. Mas não queremos apenas espaços de destaque para atores, e sim para a pirâmide do audiovisual todo, como roteiro, direção e fotografia.

Gabriela Moreyra
Vinicius Ziehe
Gabriela Moreyra

5. Acha que, mesmo em 2023, fazer obras na televisão ainda é relevante para se destacar?

Eu particularmente sou fã de teledramaturgia e dos produtos que temos na TV aberta. Mas me deixa feliz saber que os streamings estão aí para abrir o mercado, dar mais espaço para os profissionais do meio (uma forma de desmonopolizar) e trazer uma concorrência saudável.

6. E como é viver de arte no país?

Difícil. Penso nos meus colegas circenses e em todos aqueles que fazem jornada dupla. Fomos importantes durante a pandemia. Quantos se divertiram, riram, choraram e viajaram dentro de suas próprias casas ao longo desse período nebuloso pelo qual passamos?

Não é fácil depender desse segmento, mas ele é imprescindível para vivermos! "A arte existe porque a vida não basta" (Ferreira Gullar). Como dizia Alvaro Moreyra, "um povo sem arte é um povo sem cultura. Sem cultura, não há liberdade nem cidadania".

Gabriela Moreyra
Vinicius Ziehe
Gabriela Moreyra

7. Quais seus próximos planos?

Temos alguns para 2023, mas ainda é segredo, e não posso contar (risos)!


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