Após perder mais de 200 mil assinantes no primeiro trimestre deste ano, a Netflix promoveu uma demissão em massa e demitiu por volta de 150 funcionários. O número corresponde a 2% do quadro da gigante de streaming, que deflagrou o cenário de crise ao limar um percentual alto de seu time de colaboradores.
A maior parte das demissões estão concentradas na matriz, nos Estados Unidos, mas os cortes se também irão atingir as bases onde a plataforma tem grandes escritórios, como o Brasil.
"Conforme explicamos sobre os lucros, nosso crescimento de receita mais lento significa que também estamos tendo que diminuir nosso crescimento de custos como empresa", disse a Netflix ao site The Verge.
"Infelizmente, estamos demitindo cerca de 150 funcionários hoje, a maioria dos EUA. Essas mudanças são impulsionadas principalmente pelas necessidades de negócios e não pelo desempenho individual. Estamos trabalhando duro para apoiá-los nessa transição muito difícil", concluiu.
Além das demissões já realizadas, a empresa ainda estuda outras maneiras de equilibrar suas contas, mas novos cortes não são descartados, uma vez que as projeções de perdas são ainda maiores: a Netflix pode perder até 2 milhões de assinantes neste ano, segundo especialistas de mercado.
A crise interna foi agravada por dois fatores: o encerramento das operações na Rússia após o país invadir a Ucrânia, e também a queda vertiginosa na qualidade de suas produções. A Netflix apostou em volume de conteúdo e acabou investindo um valor altíssimo em séries e filmes sem apelo ou que haviam sido descartados por serviços concorrentes.
A falta de novos fenômenos de audiência também tem colaborado para a debandada dos assinantes. Séries como Stranger Things, Orange Is The New Black e House of Cards, que ajudaram na expansão internacional da Netflix, se tornaram frutos raros no catálogo, que tem tido dificuldades para arrebatar a audiência como no passado.