Robert Downey Jr. foi o grande trunfo para introduzir o Homem-Aranha no universo cinematográfico Marvel lá em 2016 em “Capitão América: Guerra Civil”. A ideia de fazer de seu Tony Stark o tio Ben do Peter Parker de Tom Holland foi um acerto pleno.
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Em “De Volta ao Lar” (2017), primeiro filme solo do Homem-Aranha sob a supervisão criativa da Marvel, estava lá Downey Jr. para envernizar um filme que precisava dar certo por muitas razões.
“Longe de Casa” ainda trabalha com essa ideia. A sombra de Robert Downey Jr. e de seu Tony Stark estão no cerne do desenvolvimento narrativo de Peter aqui e há, inclusive, uma referência visual (e sonora) que deixa isso bem claro para o público.
Peter Parker está de férias e quer curtir a viagem com sua turma pela Europa para (tentar) conquistar Mj. “Eu não esperava ter que salvar o mundo novamente”, diz ele em certo momento a Quentin Beck (Gyllenhaal), a quem vê como uma figura próxima a de Stark.
A relutância em assumir uma posição de maior destaque como herói está inquietando Peter, que recebe como “herança” de Tony Stark um óculos ultra tecnológico chamado Edith que lhe dá acesso a tecnologia de última geração, drones, simulações virtuais, entre outras coisas. A ideia é que Peter seja o tutor desta tecnologia até que surja “o novo Tony Stark”.
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É justamente o vácuo do original que adensa dramaticamente “Longe de Casa”. Peter resiste às investidas de Nick Fury (Samuel L. Jackson) porque entende ser normal priorizar suas demandas de adolescente, algo endossado por Beck, que age justamente nesse ponto cego do aracnídeo.
“Longe de Casa” funciona mais como essa ponte, esse rito de passagem para um personagem que ainda não tinha realizado que mudou de patamar dentro deste mundo em que heróis e ameaças alienígenas são reais.
Nesse contexto, as duas cenas pós-créditos, além de reproduzir um grau de excitação similar ao de “Homem de Ferro” em 2008, para não perder de vista à referência a Downey Jr. e aproveitar a presença de Samuel L. Jackson, que galvaniza uma das melhores sacadas da produção, acabam sendo mais importantes para o desenvolvimento do personagem e do próprio MCU do que o filme em si.
Fórmula Marvel
O número de piadas em “Longe de Casa” não foge ao padrão da famigerada fórmula Marvel. Até mesmo as mortes dos personagens em “Ultimato” viram motor para o humor aqui, mas é possível vislumbrar uma variação na fórmula que pode virar praxe para a fase quatro do estúdio.
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A manipulação de truques (nem todos bons) para causar efeitos catárticos e enuviar furos no roteiro. Uma tendência que já podia ser vislumbrada em “Ultimato” e que ganha fôlego aqui. O novo “Homem-Aranha” mostra que o futuro da Marvel pode ser uma fanfic.