O live action de "A Pequena Sereia" estreia nesta quinta-feira (25) nos cinemas de todo o Brasil. Além de ver Halle Bailey como a princesa Ariel , o brasileiro poderá escutar a voz da atriz e cantora Laura Castro no filme. A ex-The Voice Kids revela detalhes da experiência de dublar a princesa e celebra a representatividade negra presente na produção da Disney.
Laura iniciou a carreira artística ainda criança, participando do primeiro musical, "Natal Mágico", aos 13 anos. Desde então, a cantora de 20 anos esteve em outras peças e fez parte da segunda temporada do "The Voice Kids". Para ela, ser a dubladora de Ariel no live action é uma grande realização profissional. "Eu tenho consciência de que é uma responsabilidade imensa e de que também é uma oportunidade única. Qual a chance de artistas poderem fazer a voz de uma princesa?", comemora em conversa ao iG Gente.
A cantora comenta que a emoção é ainda maior por ela poder interpretar uma princesa negra e trazer a representatividade que não teve na infância: "É uma honra muito grande e eu sinto que é até no nível pessoal para mim. É como se fosse uma correção para falta de representatividade que eu mesma sentia quando eu era criança. Olha que a gente está falando de 15 anos atrás. Quando eu tinha 5 anos, não tinha princesa preta, protagonistas pretas. Ou era coadjuvante, ou era uma personagem caricata (...) Não tinha um protagonismo, uma personagem preta para as crianças admirarem".
Ela conta que esse, inclusive, foi um cuidado da Disney com a nova produção. "Todas que fizeram um teste para a dubladora da Pequena Sereia, de fato, eram atrizes e cantoras pretas. Então, realmente, eles queriam trazer essa representatividade até por trás", disse a artista, que também dublou a protagonista da série "Rainha Charlotte: Uma História Bridgerton", da Netflix.
No entanto, Laura afirma que ainda há muito o que melhorar na presença de artistas negros no audiovisual e no teatro. A atriz e cantora critica o fato de atores negros serem chamados apenas para papéis que pretendem transmitir algum estereótipo.
"Quando uma pessoa branca vai fazer um teste para uma personagem, não tem a cor da pele dela na descrição, agora, quando a gente, que é preta, vai fazer teste para um personagem, raramente, não tem a cor da pele dela na descrição. Então, a personagem tinha que ser preta. E era uma personagem preta da periferia, filho de empregada doméstica, sempre os estereótipos", desabafa ela sobre experiências que teve como atriz.
"Já fiz muitos testes que tinham isso na descrição, não são todos, mas a maioria. Ainda bem que isso está diminuindo. Estamos tendo mais representatividade, estão trazendo mais protagonismo preto, mas infelizmente ainda tem isso e muitas vezes a presença preta em uma série ou um filme é marcada pelo estereótipo", completa Laura.
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Encontro com Halle Bailey
O fato de Ariel ser colocada como uma princesa negra na produção foi muito questionado quando Halle Bailey foi escalada para interpretar a protagonista. Mas, mesmo com os comentários, a atriz não desistiu do papel. Laura, inclusive, conheceu a artista americana no evento de estreia do filme, que aconteceu no México.
A ex-The Voice caracteriza o encontro delas como "emocionante". "A gente conversou e foi muito legal. A gente se emocionou. Eu falei para ela sobre como ela e amada no Brasil e ela se emocionou com isso, me abraçou", relembra.
Experiência no "The Voice Kids" e carreira
Laura nasceu na Califórnia, Estados Unidos, morou na França por dois anos, onde começou a tocar piano, e intensificou as aulas de canto e dança ao se mudar para o Brasil. Depois da inserção no mundo artístico, ela decidiu tentar a sorte no "The Voice Kids 2", em 2017. Laura esteve no time de Ivete Sangalo, não ganhou, mas diz que o reality abriu as portas para chegar onde está hoje.
Depois do programa da Globo, Laura se juntou a Giulia Nassa e Bia Torres, também ex-participantes do reality, e formou a banda "BFF Girls". O grupo fez sucesso no público teen e vai lançar uma série na HBO Max.
"Parecia que eu estava no mundo cor-de-rosa quando eu entrei no 'The Voice'. Todo aquele cenário e a Ivete na minha frente, foi assim uma doideira para mim e fiquei muito feliz. O 'The Voice' também me abriu muitas portas, várias oportunidades vieram tanto a minha banda quando outros trabalhos. Então, eu, realmente, considero que o 'The Voice' foi uma peça fundamental para o meu crescimento como artista e para minha trajetória", narra Laura.
A artista, que é cantora, atriz e dubladora, ainda reflete do caminho que traçou nos três campos após o reality musical. "Eu acho que a arte não é só uma, a arte é muito plural. Então, eu quero continuar sempre trabalhando como atriz, como cantora, como dubladora, quem sabe conhecer outros outras formas de arte. Eu estou sempre aberta e estou sempre querendo abraçar da arte", conclui.
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