Marcius Melhem
Reprodução/RecordTV
Marcius Melhem


O ator Marcius Melhem acionou a Justiça para proibir a Revista Piauí de publicar uma reportagem com  desdobramentos das acusações de assédio sexual e moral que o ator recebeu.

Segundo reportagem da Piauí, a revista está proibida desde o dia 12 de agosto de noticiar os desdobramentos dos casos. Melhem foi acusado de assediar sexualmente, no mínimo,  oito mulheres que foram suas colegas de trabalho.


O repórter João Batista Jr. explicou que tentava contato com Melhem desde o dia 5 de agosto para uma entrevista sobre novas apurações. A assessoria do ator pediu um prazo para responder, prorrogou, e Marcius, através dos seus advogados, entrou na Justiça pedindo que a revista fosse impedida de publicar a apuração.

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A juíza Tula Corrêa de Mello, da 20ª Vara Criminal da Justiça do Rio de Janeiro, aceitou o pedido de Melhem e, desde então, a Revista Piauí está proibida de publicar a matéria até o fim das investigações. Se a Piauí não cumprir a determinação, terá que pagar uma multa de R$ 500 mil, além de retirar os exemplares da revista das bancas de todo o Brasil e remover a reportagem do site.

No Twitter, Marcius Melhem negou as acusações. "É mentira que pedi censura à revista Piauí! Repito: é mais uma mentira de João Batista Júnior que eu tenha pedido censura à publicação da matéria da revista Piauí! (Entendendo aqui o que a justiça me permite dizer sobre isso. Esclareço em breve!)", disse o ator. 


Entenda o caso

Marcius Melhem foi acusado de assédio moral e sexual por diferentes atrizes e profissionais do núcleo de humor da Globo . Ele deixou a emissora em agosto e três meses depois a revista Piauí publicou uma reportagem revelando como teriam sido os bastidores dos supostos assédios e das denúncias.

Em 2017, Melhem teria assediado  Dani Calabresa em uma festa de comemoração ao centésimo episódio do "Zorra". Ele teria tentado beijá-la à força e mostrado o pênis para ela. Depois dessa ocasião, a comediante teria sofrido outros assédios, até que denunciou o chefe ao compliance da empresa.

A denúncia de Calabresa teria feito com que outras mulheres ganhassem coragem e também denunciassem Marcius por assédio. O caso vazou para a imprensa e o então diretor humorístico deixou a emissora. Os envolvidos no caso teriam ficado indignados pelo fato da Globo não ter citado os assédios como motivo do desligamento. Os profissionais cobram por mais transparência da empresa nas investigações do caso. Marcius Melhem nega todas as acusações.

Pronunciamento de Marcius Melhem

Marcius Melhem nega que os advogados pediram para ele censurar uma reportagem da revista Piauí. Em nota enviada por sua  assessoria de imprensa ao iG Gente, o comediante diz que pediu "somente para que fosse apurado o vazamento de informações sigilosas" para que ele pudesse se defender.

Confira abaixo o comunicado oficial na íntegra:

"Não é verdade que meus advogados pediram à Justiça para censurar uma reportagem da Piauí. Meu pedido foi tão somente para que fosse apurado o vazamento de informações sigilosas e para que eu pudesse me defender com as provas que tenho. Não pedi segredo de justiça em nenhum processo. A Piauí, sim, pediu sigilo sobre um processo que movo contra a revista. Eu luto por transparência e verdade e, por mim, este processo não teria segredo algum. Seria aberto a qualquer jornalista. Mas sou obrigado a obedecer a Justiça, inclusive pelo sigilo pedido pela Piauí. Assim que for possível, virei a público mostrar a verdade. Piauí, suponho, não publicará.

O repórter João Batista alegou que fazia uma matéria sobre os “desdobramentos jurídicos” do caso, apesar de não ter publicado uma linha sobre os 6 (seis) processos que abri após as mentiras publicadas. Como a investigação aberta no MP corre sob sigilo judicial, ele sabe que não posso comentar. Mesmo se tivesse acesso às minhas respostas e provas de minha inocência, João Batista não publicaria, pois algumas delas já vieram a público e foram cobertas amplamente pela imprensa – menos pela Piauí.

Meus advogados jamais pediram censura à revista. Pedi tempo para responder porque tinha que consultar a juíza sobre quais fatos eu poderia mencionar em minha defesa, como mensagens trocadas com as supostas vítimas. A Juíza tomou as medidas de preservação do sigilo que julgou necessárias e me manteve proibido de divulgar provas a meu favor. Se a revista se julga censurada por não poder quebrar um segredo de Justiça, por que não me considera também vítima da censura?

O repórter divulgou trechos aos pedaços, como sempre fez em sua parcialidade. Omitiu por qual motivo ele não escreveu uma linha para informar o público da Piauí sobre as provas que deixam claras as mentiras da primeira matéria. Por que a revista Piauí quer vazar um inquérito antes de ter minha defesa lá, ao mesmo tempo em que pede segredo de Justiça no processo que movi contra ela? Afinal, a Piauí é contra ou a favor do sigilo?

Marcius Melhem".

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