Maria Bruaca e Levi protagonizaram cenas sensuais
João Miguel Júnior/globo
Maria Bruaca e Levi protagonizaram cenas sensuais


Leandro Lima, que se despediu de "Pantanal" após a morte do personagem dele, Levi, conta que as melhores cenas que fez na novela foi ao lado de Isabel Teixeira, que interpreta Maria Bruaca. Em entrevista ao iG Gente, o ator entrega que improvisou a maioria das cenas quentes ao lado da atriz. 


O ator conta que se divertiu com Isabel Teixeira e se sentiu livre no set para criar a relação do peão com a esposa de Tenório (Murilo Benício). "Tinha uma troca de sedução maior, a gente inventava muita coisa, a Bel tinha aquela loucura que eu tenho, a diretora amava, a gente inventou muita coisa na hora, sem prejudicar o escrito no roteiro", relembra. 

Leandro revela que a cena em que Levi lambe os pés de Maria Bruaca foi pensada na hora no set e que a gravação foi repleta de crises de riso na produção. "As cenas surgiram na hora, eu pensei assim: 'E se ele tivesse fetiche do pé?'. Ela surgiu quando eu comecei a beijar o pescoço dela e falo que ela é casada, mas não capada, frase que também foi improviso. Fui brincando com a Bel, fui descendo até chegar no pé dela e agarrar. A diretora gostou disso e pediu para repetir, já que o pé da Isabel é muito bonito", comenta, rindo. 

Ele lamenta que não teve mais chances de fazer mais cenas ao lado de Isabel, mas elogia o resultado do trabalho com a atriz, que agora se envolveu com o personagem de Juliano Cazarré. "As cenas do Levi e da Maria Bruaca chegaram em um ambiente muito interessante, que era um sonho meu, uma cena com tensão de perigo, sexual e comédia ao mesmo tempo. Acho que nesse trabalho chegamos nesse lugar e era um sonho de ter os três elementos em uma cena só", elogia. 

Leandro diz que as cenas com Isabel foram elogiadas pelo elenco de "Pantanal". O ator afirma que Juliana Paes, que interpretou Maria Marruá, celebrou a cena de amor dos personagens em um grupo de mensagens do elenco.



"Foi demais, eu não falei nada disso, mas foi legal que até a Juliana Paes comentou no nosso grupo, falou que não conseguia respirar, quando ela falou isso eu não acreditei, era tudo o que eu queria ouvir de alguém, principalmente de uma atriz como a Juliana", comenta.

Das cenas com Bella Campos, que interpreta Muda na novela, ele explica que era algo bem mais técnico, devido à violência das cenas e a tensão entre os personagens. "No caso da Bella, tinha a violência, agarrar, a surpresa, a gente tinha que ter um certo cuidado técnico para não se machucar e tal. A troca era diferente, séria", afirma. 

Para Leandro, o bom do personagem é que o ator teve oportunidade de atuar de diversas formas e sente que o personagem não conseguiria se redimir caso sobrevivesse ao ataque das piranhas após a perseguição de barco com Tibério (Guito). Ele conta que criou esse passado conturbado que, para ele, o personagem precisaria de terapia. "As pessoas podem mudar sim, mas no caso do Levi, a probabilidade era muito pequena, se você analisar os recursos que ele teria na trama, todo o contexto. Acho que para o caso dele, a redenção seria um caminho longo, passaria o tamanho da novela", brinca. 

Apesar dele não se redimir, Leandro diz que a despedida do personagem foi dolorida por ter se apaixonado pela atuação do peão na novela. "Todo esse tempo que passei com o Levi ao meu lado foi pouco, mas no roteiro, acho que faz sentido. Poderia ser um pouco mais, mas estava bem escrito para isso. O fim dele foi justo, há outras histórias para seguir na novela e tudo bem", pontua. 

Personagem problemático, mas com uma dose de humor, Leandro afirma que condena a maioria das atitudes de Levi, como o lado tóxico que ele tem nas relações com Muda e Maria Bruaca. "Isso dele ser obsessivo pela Muda, ser desleal com os colegas, ele também não dava oportunidade de receber um carinho, sempre teve a postura de tirano", comenta.

Nos pontos em que Leandro admira Levi, o ator diz que a atitude destemida é positiva. "Eu tenho coragem, porque tenho consciência do perigo, mas eu olhava o Levi e pensava que queria ser destemido assim, sair sem olhar nada e seguir em frente, acho que é uma coisa que admirava de certa forma", pontua. 

Facada em Tibério foi a cena mais difícil para Leandro



Ao analisar as cenas de ação que fez, Leandro pensa que a facada em Tibério foi a mais difícil de se gravar. Ele conta que estava muito calor no dia e precisou até tomar remédios para dor após a gravação. "Cheio de coreografia, de luta. Deu trabalho, mas foi legal o resultado, foi demais. Foram quatro horas naquela energia no limite, numa crise maluca, assim", conta.

O ator também faz elogios a Guito na cena. "É um cara que não tem nenhuma experiência no audiovisual, mas deu super conta do recado, foi massa, adorei a troca", diz. Ele conta que, no dia seguinte, tinha 17 cenas para gravar e quase não foi para as gravações. 

"O produtor me ligou perguntando se eu conseguiria fazer, eu dei uma desidratada, não quis dublê e o meu personagem estava muito mais ativo, era caótico por muitas horas e cansou mental e fisicamente, mas gravei as cenas tranquilamente. No outro dia tive a sequência com a Maria Bruaca, estava dolorido, tomei anti-inflamatório e fui gravar", indica. 

Para Leandro, "Pantanal" é essencial em um ano de eleições como 2022. O ator lista alguns temas importantes tratados na novela que farão diferença para a sociedade neste ano. "A trama não poderia vir em um momento melhor, mostra a potência do Brasil profundo, esquecemos que o Brasil é imenso e tem uma diversidade de coisas acontecendo que não fazemos ideia", comenta. 

"O olhar que o Bruno Luperi e o Marcos Palmeira dão para Zé Leôncio, o transformando em uma pessoa mais consciente na questão ambiental, acaba dando luz para esse fazendeiro consciente", diz. Ele também analisa que Tenório é um paralelo com a política atual.

"A novela mostra o Tenório, muita gente escolhe um lado, lembra de candidatos à presidência pela maneira de fazer e acho que o Murilo se espelhou um pouco para fazê-lo e é isso, acho que as relações humanas são importantes, a trama do Levi mostra a toxicidade da relação que começa mal e não tem como terminar bem. A liberdade da mulher, de Maria Bruaca, é importante, traz leveza e trata de um assunto sério. O Brasil estava precisando de uma novela assim", pontua. 

Leandro teve alguns perrengues nas gravações e, apesar de não ter medo das piranhas, ele conta que teve medo dos jacarés ao chegar no pantanal. "O Almir Sater falou que era tranquilo e que deveria entrar na água batendo nela e arrastando o pé. Claro que não entrei sozinho, esperei todo mundo entrar para perder o medo. Se o jacaré pegar, pega outra pessoa primeiro", comenta, rindo. 

O ator relembra que tomou outros sustos e quase foi atacado por uma onça. "Tomei um susto com uma sucuri, estava eu e o Renato Góes, sentimos um cheiro podre, fomos caminhando na fazenda e encontramos uma sucuri gigante regurgitando um pouco. Foi um susto de ver", conta. Ele diz que ao descer para abrir uma das porteiras para chegar na fazenda ouviu um esturro de onça. 

"Eu ouvi o esturro e senti o bafo de onça, aquele cheiro de carniça, ela estava perto, logo na hora que desci para abrir a porteira. Aí o motorista falou que era um esturro, corri e pedi gritando para ir embora. Imagina, eu abrindo a porteira e ela pulando em mim, já era", conta. 

Público amou Levi, apesar da postura problemática

Levi, Muda e Juma na novela
Globo/João Miguel Júnior
Levi, Muda e Juma na novela

Mesmo com a postura abusiva e as vilanias de Levi, Leandro conta que foi bem recebido pelo público nas redes sociais e nas ruas. O ator entrega que se surpreendeu com as mensagens positivas. "O Levi existe para ser odiado, nasceu para isso, mas no fim, a relação com a Maria Bruaca vira o jogo. Ao invés de eu receber feedback falando que sou ruim, mudou, na reta final muita gente queria que o Levi não morresse", analisa.

O ator pensa que a relação com Maria Bruaca é o que fez Levi ser amado. "A relação com a Maria Bruaca era consensual e tinha a sedução, tinha a questão dela ser sofrida, então era gostoso de ver, isso deixava as pessoas animadas com aquilo, ou com a esperança da redenção, o ser humano vive muito com essa redenção, espera que ele melhore", explica. 

Ele diz estar feliz com os comentários que, segundo ele, a maioria foca no trabalho. "Eu recebo muitos elogios referentes ao meu trabalho, não tanto para a minha aparência, 90% dos comentários são do trabalho e isso me deixa muito feliz", elogia. 

Leandro conta que até recebeu cantadas, mas foram minoria. "Em outros trabalhos como em 'Coisa Mais Linda' eu recebi mais, com o Levi recebi, mas a maioria foi do trabalho, aconteceu de pessoas chegarem falando que queriam fugir com o Levi, pedindo para pegar em mim. A maior brincadeira é quando querem ser a Maria Bruaca ou a Muda".

O ator conta que fica constrangido com este tipo de abordagem. "Ainda tenho dificuldade de lidar com assédio, apesar de na maioria das vezes me respeitarem, mas fico tímido, rio e fico vermelho, tenho essa dificuldade. Folgados tem em qualquer lugar, não adianta", pondera. 

A aventura do nascimento de Toni 

Leandro com o filho Toni
Reprodução/Arquivo Pessoal 05.06.2022
Leandro com o filho Toni


Pai pela segunda vez após mais de 20 anos, Leandro celebrou o nascimento de Toni no dia três de junho. O ator comenta que Toni está saudável e lindo. "Ele está demais. A rotina de acordar de madrugada é que mudou, mas o timing foi perfeito para o nascimento", afirma.

Ele diz que Toni esperou as gravações de Leandro terminarem para nascer. "Foi uma grande aventura, acho que não tinha maneira melhor de nascer, nasceu bem, rápido, teve essa cena que nunca vou esquecer. Foi a maior adrenalina da minha vida, eu dirigindo um carro e a Flávia parindo o Toni atrás", celebra. 

Pai de Giulia Lins, Leandro comenta que ela é a "irmã mais velha mais coruja do mundo". "Ela mima ele, só quer ficar com ele, está muito gostoso, apesar do turbilhão de coisas que acontecem profissionalmente, consigo ficar mais em casa", elogia. 

Casado com Flávia Lucini, mãe de Toni, o ator tranquiliza os fãs ao garantir que ela se recupera bem do parto. "A mamãe está ótima, ela amarra ele no sling e faz tudo em casa, desde o segundo dia, ela é uma Mulher-Maravilha, no outro dia do nascimento ela já estava fazendo tudo, está curtindo demais. A mãe dela está aqui sendo uma benção na vida e está tudo bem, ele recebe carinho da irmã, da avó, da mãe e do pai", diz. 

"A Cerca" e "Pantanal"

Leandro está finalizando a produção de "A Cerca", filme que estrela ao lado de José Loreto, que também está em "Pantanal", como Tadeu. O ator cita algumas semelhanças entre o filme e a novela. "O tema é parecido, mas é no Sul do país. É no Rio Grande do Sul, trata do extermínio dos índios guaranis, tem a grilagem, suspense sobrenatural, tem um índio como uma entidade que aparece. Tem muito do 'Pantanal' na novela, os conflitos de tramas tratam realmente de disputa de terra e dramas de família, as tramas se relacionam", comenta.

Ele conta que a expectativa é do filme ir aos cinemas assim que "Pantanal" acabar. O ator também dá detalhes do longa. "O filme foi feito antes da pandemia, eu sou melhor amigo de José Loreto na trama e depois viramos inimigos. Faço mais um mocinho e ele um vilão, faltam três noturnas e estão programadas para julho, o pessoal da produção está correndo com isso, pois ele está todo montado, só falta finalizar", pontua. 

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