Dalton Vigh está totalmente dedicado às gravações de “Poliana Moça”, do SBT. Ele interpreta Otto, pai da protagonista da trama, mas também está no ar na reprise de “O Clone”. Em entrevista exclusiva ao IG Gente, o ator comenta os bastidores do grande sucesso de Glória Perez, e relembra a volta ao SBT após 20 anos.
O ator relembra que as gravações de “O Clone” eram divertidas, mas entrega que a novela de Glória Perez quase não foi ao ar. Um mês antes da estreia, a TV Globo cogitou cancelar a exibição, por conta dos atentados de 11 de setembro de 2001. “A gente assistiu ao vivo pela TV enquanto estava gravando. Isso causou um grande problema lá na Globo, a novela correu risco de não ir para o ar, mas acabou sendo exibida e foi um grande sucesso”, conta.
O ator guarda bons momentos com os parceiros de cena, como Antônio Calloni e Eliane Giardini. “Eles faziam parte do núcleo cômico da novela, e eu ali de Said, super sisudo, não podia participar da comédia deles, eu morria de inveja. Me lembro de uma cena específica que até hoje me faz dar risada. A Nazira (Eliane Giardini) pegava uma carona com o Miro (Raul Gazola), na lambreta. Quando ela chega, começa uma briga com Mohamed (Antônio Calloni) na cozinha, eles improvisaram, ela jogou uma cesta de pães, e eu virei de costas para a câmera e caí na risada”, lembra aos risos.
Dalton ainda comenta a insegurança que sentiu com o fim do contrato de exclusividade com a TV Globo, em 2017, seis anos após a primeira exibição de "O Clone". “Confesso que quando isso aconteceu, não foi o momento mais propício para acontecer na vida de uma pessoa. Foi quando nasceram os meus filhos. Foi até bom de uma certa forma, porque pude acompanhar o crescimento deles. A estabilidade é ótima, mas tem o lado de não poder fazer coisas bacanas por estar preso em um contrato”, analisa.
Depois de romper com a Globo, o ator voltou ao SBT após 20 anos e continua se destacando na emissora. Vigh esteve em “Aventuras de Poliana” e, após dois anos, ele dá continuidade ao mesmo personagem da saga baseada nos livros clássicos de Eleanor H. Porter, agora em "Poliana Moça". O ator considera a sequência enriquecedora para a carreira. “Está sendo um ótimo exercício trabalhar com um personagem tanto tempo assim. Eu sempre tento trazer algo novo. É super instigante porque a gente consegue trabalhar tudo que já existia, e apresentar coisas novas”, pontua.
Vigh celebra o retorno do público infantil e compara a atenção dos telespectadores. “O carinho das crianças é muito genuíno, muito autêntico, muito puro. Quando eu fiz o Ferraço de 'Duas Caras', tinha admiração dos homens. Quando eu fazia o Said, tinha o assédio das mulheres, no intuito de paquera”, pondera.
Além dos trabalhos em novelas, Dalton Vigh comemora a possibilidade de se envolver em outros projetos, como séries e filmes desde quando deixou a Globo. “Fiz as duas temporadas da série 'A Divisão', o filme 'Nada a perder', 'Kardec', fiz a peça 'Caros ouvintes'. Eu pude fazer muita coisa. Olhando por esse lado, foi benéfico, até porque eu fico em São Paulo, não preciso ficar indo para o Rio, ficar em hotel, enfrentar ponte aérea, que durante um tempo é até bom, mas uma hora, tem um preço: a nossa saúde”, explica.
O artista também lembra com carinho da novela “Pérola Negra”, de 1998, onde contracenou com Patrícia de Sabrit, no SBT . “Eu me senti voltando para uma casa onde eu morei por muito tempo. 'Pérola Negra' foi um trabalho que a gente fez com tanto carinho, a gente fazia se divertindo, sem pressão nenhuma, até porque não estava no ar durante as filmagens. Gravamos a novela inteira e depois que ela foi ao ar." recordou.
Dalton adianta que existe uma possibilidade de renovação de contrato com o SBT, e ainda não tem nenhum projeto programado. Por enquanto, a dedicação é exclusiva para a novela “Poliana Moça” até agosto deste ano.