Nessa quinta-feira (06) “Segundo Sol” chega ao 100º capítulo em baixa. A trama de João Emanuel Carneiro , que começou em maio, apostou no amor impossível dos protagonistas, mas conquistou o público de vez com as tramas paralelas.
Fosse com a prostituta Rosa (Letícia Colin), com o dilema amoroso de Maura (Nanda Costa) e Selma (Carol Fazu), ou com a vingança de Roberval (Fabrício Boliveira), “ Segundo Sol ” não teve medo de arriscar e mostrou agilidade na narrativa, ao mesmo tempo em que evitou diálogos e passagens bobos que abusam da inteligência do público.
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Com isso o folhetim, que começou com audiência em baixa e chegou a fazer 24 pontos na primeira semana, começou a se recuperar, mantendo uma média acima dos 30 pontos. Não chegou aos pés de sua antecessora “O Outro Lado do Paraíso”, que batia os 40 pontos já na oitava semana, mas a superava em qualidade.
Superava. “Segundo Sol” perdeu o fôlego e diminuiu o ritmo, criando a conhecida barriga. Em dias diferentes, por exemplo, Roberval ouviu de pelo menos três personagens diferentes como ele “pode ter o que quiser, mas continua sendo sozinho”. Não há pelo menos um capítulo onde Karola não surge correndo para Laureta salvá-la de algum perrengue, ou que Remy surge com uma nova maneira de extorquir dinheiro.
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Muito rápido, muito devagar
O que diferenciava a novela no começo era justamente a agilidade em desenrolar tramas. Com uma história razoavelmente complexa, envolvendo prisões, falsa identidade e filhos trocados, as descobertas foram acontecendo num bom ritmo, evitando cacoetes clássicos de novela como explicar ao público o que está acontecendo ou incluir cenas sem propósito para preencher as lacunas.
Claro, algumas coisas como o “disfarce” de Luzia como a DJ Ariella, ou a semelhança de Miguel com Beto Falcão, foram difíceis de engolir, mas isso logo se desfez. Ainda no primeiro mês no ar, Valentim (Danilo Mesquita) descobre que o pai é o famoso cantor, por exemplo. Os segredos estavam sendo revelados e a sensação era de que a trama seguia para frente. No último mês, no entanto, ela estacionou.
João Emanuel Carneiro é conhecido por programar reviravoltas justamente para o 100º capítulo. Foi nesse ponto que Carminha (Adriana Esteves) descobriu a real identidade de Nina (Débora Falabella) em “Avenida Brasil”. Em “A regra do Jogo”, a marca foi alcançada com a revelação de quem era o chefe da facção, além da morte de Orlando (Eduardo Moscovis).
Agora, outra morte deve chegar, com Remy esfaqueado e Luzia como principal suspeita. Mas, para guardar esse “ouro” para o momento programado, o autor freou o ritmo e enfraqueceu a trama. O único bom momento do folhetim em agosto que é digno de nota se refere ao julgamento de Luzia, quando Beto testemunha e, na frente de todos, confessa sua real identidade. O momento rendeu média de 38 pontos com picos na casa dos 40 – mas ficou por isso mesmo.
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O futuro de “Segundo Sol”
A expectativa é que, com esse novo momento, a trama volte ao ritmo original. Muitas histórias ficaram pendentes e, mesmo com batido artifício do “quem matou”, ainda há descobertas a serem feitas adiante, como a verdadeira mãe de Valentim. João Emanuel não tem medo de fazer revelações e mudar o rumo de suas histórias e, para que “ Segundo Sol ” volte a boa fase, ele terá que investir de novo nessa estratégia.