Construção do personagem é uma das mais vistosas de "Game of Thrones" e deve atingir seu clímax no penúltimo episódio da série da HBO
Jaime Lannister (Nikolaj Coster Waldau) sobreviveu à batalha de Winterfell para finalmente viver o momento de afeto e entrega com Brienne (Gwendoline Christie), que deu o tom em “The Last of the Starks”, quarto episódio da oitava temporada de “Game of Thrones”, e colocou o personagem na rota de um inevitável (?) destino trágico.
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“Ela é odiosa e eu também sou”, bradou Jaime ao se despedir de uma desolada Brienne que se esforçava para mostrar que ele era “um homem bom”. A cena foi bonita e impactante porque ajusta a jornada de Jaime para seu grande clímax em “ Game of Thrones ” e captura Brienne em um momento de vulnerabilidade que raramente a personagem se permite ter.
A partida do irmão gêmeo de Cersei para King´s Landing no momento em que fogo e fúria espraiam sua irmã é providencial porque sugere duas alternativas para o “regicida” e em ambas o potencial suicida da missão é enorme.
A mais óbvia e dramaticamente menos satisfatória alternativa é que Jaime se junte para defender sua irmã, em uma assunção de que está além de qualquer tipo de redenção e que depois de tudo que já fez pelo amor a Cersei só resta morrer protegendo a santidade desse amor. A mesma assunção, todavia, oferece outra possibilidade.
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Considerando estar além de qualquer redenção e sabedor de que Cersei condenará muitos à morte, independente de triunfo ou derrota na última grande guerra, Jaime Lannister pode apelar à saída shakespeariana e atentar contra a vida da irmã, cumprindo uma antiga profecia de que ela seria morta pelo irmão mais novo – ameaça que a personagem defendida por Lena Headey sempre tomou como vinda de Tyrion (Peter Dinklage) – para depois ceifar sua própria vida.
Conhecendo George R.R Martin é plenamente possível que haja uma terceira via, mas toda a construção do personagem – uma das melhores de “ Game of Thrones ” – indica para algo nessa bifurcação.
