Theo Bial, filho do jornalista e apresentador Pedro Bial e da atriz Giulia Gam, está prestes a lançar o primeiro álbum da carreira. Após o EP "Pra Sonhar", Theo investe na bossa-nova, no samba e na parceria com o pai para criar algumas das letras do primeiro disco.
"A gente está compondo algumas coisas juntos, mas 'Mais Uma Vez' foi a primeira que fiz com ele. Criei uma melodia no piano, mandei para o meu pai, e ele acabou fazendo a letra, foi o início da parceria. Teremos novas músicas juntos, inclusive no álbum", conta.
Aos 24 anos, Theo entrou na música cedo, graças ao incentivo da mãe. Em entrevista ao iG Gente, ele conta que começou a tocar violão por obrigação. "Ela dizia que eu tinha que aprender pelo menos um instrumento. Ela toca flauta transversal, estudou em conservatório e tem esse ouvido musical, me ajuda até hoje com as músicas", comenta.
Filho de jornalista e de atriz, Theo sempre se envolveu com arte. O jovem conta que conviveu com artistas e isso o influenciou na carreira e até o ajudou a pensar na carreira. "Teve uma vez, quando eu era pequeno e começava a tocar violão, meu pai estava na produção do documentário do 'Jorge Mautner: O Filho do Holocausto'. Na época, fomos almoçar na casa do Gilberto Gil e lembro que eu tinha muita dificuldade de compor canções. Desabafei com o Jorge Mautner e ele me aconselhou: 'O importante é escrever, escreve qualquer coisa'. E aí abriu a torneira, na semana eu escrevi três músicas e fui embora", afirma.
Apaixonado pelas músicas de João Gilberto, Theo conta que o pai o fez ouvir o artista pela primeira vez. "A minha relação com o João Gilberto tem influência do meu pai, que sempre gostou de bossa-nova. Meu pai sempre foi aquele cara que incentivou a estudar, a me aprofundar, sempre insistiu para eu ler, ir atrás das histórias", comenta.
Da ajuda de Jorge Mautner, Theo conta que teve outro momento inspirador na infância. Aos 12 anos, ele foi surpreendido pela visita do cantor e compositor Seu Jorge. "Estava dormindo com meus amigos em casa, minha mãe acordou a gente por volta de 23h e disse que estava com o Seu Jorge. Duvidamos, mas ela tinha realmente encontrado com ele e subiu no apartamento", conta, rindo.
"Conversamos, toquei músicas com ele, ele tocou flauta e foi engraçado, porque não sabia se era verdade ou se eu estava sonhando. Esse é um dos pequenos benefícios de ter pais nesses ambientes de artistas", conta.
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Além da música, ele também conviveu com as gravações da mãe, Giulia, em novelas e obras audiovisuais. "Minha mãe sempre me levava para as gravações, mas eu não gostava muito, para uma criança, era meio tedioso. Ela conta que às vezes me colocava debaixo da saia longa durante a produção de novelas de época, porque eu não queria ficar longe dela. Ela falava: 'ó, você vai ficar debaixo da minha saia, fica em silêncio'", conta, rindo.
Inspirações na MPB
Theo Bial mistura diversas inspirações musicais no primeiro álbum e nos três singles lançados em 2021 e 2022. Da bossa, passando pelo samba, e chegando ao jazz, Theo pretende mostrar toda a bagagem musical que adquiriu desde a infância.
Ele comenta que o primeiro artista que o fez se aprofundar na música foi Djavan. "Quando tinha uns 14 anos, me apaixonei pelo som, ouvindo pelo rádio. A partir dele, me aprofundei no violão e comecei a buscar minha identidade artística. Eu gosto muito do que o Djavan faz com o samba, do jeito que ele toca e canta, algo pós-bossa nova", afirma.
Depois do Djavan, veio a bossa nova. Theo afirma que já ouvia o estilo, mas que só deu maior atenção para o gênero musical após uma viagem aos Estados Unidos. "Viajei por um mês e meio para estudar e em uma das aulas, tive uma de bossa nova. Eu reparei que o estilo era algo próximo de mim, mas eu não enxergava com os mesmos olhos de alguém do exterior, senti um 'chamado' de poder saber mais sobre a bossa nova e ter mais propriedade do assunto", conta.
Expectativas para o novo álbum
Recentemente, Theo lançou 'Ela', música que teve diversas versões até o lançamento oficial. "Compus há muito tempo, em 2018, a música foi se criando e mudou demais, cantei ela ao vivo algumas vezes, tentei gravar, mudei a partitura diversas vezes, mas tive a oportunidade de gravar realmente só agora", explica.
Ele fala que os singles foram pensados para apresentar os estilos musicais do novo álbum. "'Ela' é o terceiro single, o primeiro foi 'Nossa Paixão', depois veio 'Remelexo', com Mart'nália, temos alguns projetos para fazer com essa e 'Ela' é a música que fecha o ciclo de singles, o primeiro é uma bossa, o segundo é um samba e 'Ela' é esse jazz, que no estúdio, deu a sensação de que todos conheciam a música há anos", afirma.
O álbum, apenas com inéditas além dos singles, traz grande expectativa para Theo. O artista lançou também 'Remelexo', samba ao lado de Mart'nália. "Sou grato pela experiência com esta artista consagrada na MPB, ela é super maneira, me recebeu super bem e sou grato pela maneira que ela me tratou no estúdio, ela ensinou as pessoas a sambar no estúdio e depois eu pude cantar no Circo Voador com ela, em outros shows", entrega, e completa que aposta na faixa como o grande samba do álbum.
Sobre 'Remelexo', Theo conta que este é o grande samba do álbum. Ele explica que a música escolhida para gravar com a sambista não era esta. "Gravei 'Um Poema para Te Dar' e pensamos em gravar com a Mart'nália, mas quando a equipe decidiu gravar 'Remelexo', vimos que era o grande samba do álbum e era a praia dela, foi muito legal, combinou com a voz dela. Eu escrevi essa música com a ideia de fazer um 'samba de partido-alto' com uma linha de jazz", diz.