Há 15 anos, o Brasil conheceu a história por trás da dupla de sucesso Zezé Di Camargo e Luciano graças ao filme "2 filhos de Francisco", dirigido pelo então estreante em longas Breno Silveira. Por tabela, o país tomou conhecimento da inspiradora trajetória de Helena e Francisco, pais dos sertanejos. E o resultado foi um fenômeno de bilheteria que levou 5,3 milhões de pessoas às salas de cinema.
Morto nesta segunda-feira, aos 83 anos, Seu Francisco ganhou na tela a interpretação de Ângelo Antonio, agraciado com o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro de melhor ator, em 2006. Em uma das sequências mais famosas do filme, o pai distribui fichas telefônicas para os colegas de trabalho na construção civil, e liga orgulhoso de um orelhão para uma rádio goiana, pedindo para que toquem "É o amor", indubitavelmente o maior sucesso da carreira dos filhos.
A saga de Francisco, Helena, Zezé, Luciano e toda família Camargo caiu nas graças da crítica. O Bonequinho do Jornal O Globo, por exemplo, aplaudiu de pé o filme de Breno Silveira. "O espectador que abomina o estilo romântico-sertanejo de Zezé Di Camargo e Luciano pode assistir sem susto", escreveu Eros Ramos de Almeida, em crítica publicada no dia 19 de agosto de 2005.
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Em outro trecho, o jornalista investe em elogios mais diretos à obra: "Filme sincero toda vida com roteiro eficiente, direção cuidadosa e ótimo elenco. Imperdível".
Além do troféu a Ângelo Antonio por sua performance na pele de Seu Francisco, o filme recebeu mais dez indicações ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, inclusive na categoria de melhor filme. Levou a melhor em quatro categorias: melhor ator, melhor ator coadjuvante (José Dumont), melhor atriz coadjuvante (Paloma Duarte, no papel de Zilu) e melhor som (Caetano Veloso e Zezé Di Camargo).
Mas para além de um sucesso de crítica, "2 filhos de Francisco foi um fenômeno de bilheteria". Com 5,3 milhões de espectadores e mais de R$ 34 milhões arrecadados,o filme chegou a obter o posto de maior sucesso do cinema nacional desde a Retomada, batendo "Carandiru", de Hector Babenco. Hoje, o longa de Breno Silveira ocupa a 11 posição neste ranking histórico.