A chegada do fim de semana diante de uma pandemia de coronavírus obrigou o setor teatral do estado do Rio de Janeiro a se articular com o poder público para traçar a melhor estratégia para enfrentar o crítico momento. Na noite desta quinta-feira, foram definidas algumas diretrizes temporárias, após reunião de membros da Associação de Produtores de Teatro do Rio de Janeiro (APTR), gestores de espaços culturais, como SESC e CCBB, e também teatros, como Poeira e Multiplan.

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Camila Fontes a criadora do monólogo “Sobre Letras e Gritos para Salvar o Mundo”
Divulgação/Camila Fontes
Camila Fontes a criadora do monólogo “Sobre Letras e Gritos para Salvar o Mundo”

No encontro, do qual também participaram representantes do governo do Estado e da prefeitura do Rio, foram foi definido que, durante os dias 13, 14 e 15 de março independentemente do tamanho do equipamento cultural, é recomendável ocupar até 50% da lotação da casa.

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Também foi planejada a produção de um vídeo didático, a ser exibido antes de cada espetáculo em cartaz, com orientações da Secretaria estadual de Saúde sobre a pandemia. E, por fim, a APTR recomenda que todos continuem monitorando e seguindo as orientações do poder público. "Estas orientações poderão sofrer alterações conforme indicação do poder público e acompanhamento do vírus no país", diz um trecho da nota da associação.

"Neste momento, não se estabelece qualquer orientação de fechamento dos espaços teatrais. Mas o pedido é para que todos continuem acompanhando as orientações do governo, em suas três esferas", diz Eduardo Barata, presidente da APTR.

Ele projeta mais de 60 espetáculos em cartaz em todo o estado, apenas neste fim de semana. E comenta que, além do aspecto de preservação da saúde do público, outra imensa preocupação de todos os envolvidos no setor, claro, passa pelo bolso.

"Muitos dos produtores já injetaram em seus projetos recursos públicos, como os da Lei Rouanet. Há um comprometimento com as equipes, fornecedores e patrocinadores," alerta Barata, que também aponta outro ponto relevante: a alta taxa de público idoso nas salas de teatro. "É uma plateia extremamente vulnerável diante de uma situação como esta", pondera.

Theatro Municipal mantém programação

Rafinha Bastos, Cauê Moura e PC Siqueira já se apresentaram no Teatro
Divulgação
Rafinha Bastos, Cauê Moura e PC Siqueira já se apresentaram no Teatro

Com programação cheia neste fim de semana e começo de temporada de óperas marcado para o dia 22 deste mês, o Theatro Municipal do Rio confirma que os espetáculos estão mantidos até segunda ordem, com bilheteria em funcionamento. Segundo a assessoria do teatro, caso haja determinação do governo do Estado para fechamento dos espaços culturais, o Theatro Municipal deve ser uma das prioridades, inclusive por ser um abiente fechado. Mas, por enquanto, segue normal a rotina por lá.

Procurada, a Secretaria estadual de Cultura confirma que está monitorando o andamento da pandemia e seus efeitos em todo o território fluminense.

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"A Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro informa que está monitorando a situação atual de contágio do Convid-19 e segue as recomendações das autoridades estaduais de saúde na prevenção e nas medidas para evitar a proliferação da doença em todos os espaços culturais administrados pela pasta", informou a pasta, por meio de comunicado.

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