O nome dele é conhecido, o 14 Bis também, mas poucos sabem detalhes da vida de Alberto Santos Dumont, ou simplesmente Santos Dumont. Esse inventor brasileiro, considerado o “pai da avião”, terá sua história contada em dois formatos. Pela HBO , em uma série de apelo internacional com extrema qualidade técnica e pela Fundação Lia Maria Aguiar, de Campos do Jordão, em um musical com apelo educativo e social.
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A série da HBO estreia neste domingo (10) e narra a história de Santos Dumont da infância, no interior de São Paulo, a Paris da Belle Époque. O interessante é que o passado do inventor surge na série como flashbacks para mostrar que mesmo fora do Brasil ele mantinha suas raízes. O projeto encantou Roberto Rios, vice-presidente corporativo de Produções Originais da HBO Latin America.
“É uma história que precisa ser contada. Ele é um herói brasileiro e se ele fosse dessa geração tenho certeza que estaria nas mídias sociais porque ele era um ativista muito midiático”, afirmou o profissional que também garantiu que foi utilizado na série tudo de melhor que a tecnologia pode oferecer. Além de belos cenários e figurinos, a produção contou com máquinas que voam de verdade, incluindo a réplica do 14 Bis .
Outro detalhe interessante é que a série quis manter os diálogos em seus idiomas originais e os atores tiveram que caprichar no francês. “Quisemos mostrar um Santos Dumont poliglota”, comentou o diretor Fernando Acquarone. “Ele era uma mente muito criativa, pensava fora da caixa e não tinha medo de errar. Acho que chamar ele de ‘pai da aviação’ é limitar o nosso Santos Dumont, porque se parar pensar ele criou o balão esférico, ele inventou o dirigível, ele inventou o monoplano e o biplano”, acrescentou.
O foco da série “Santos Dumont” é mostrar o lado humano e as dificuldades desse inventor. “Ele tinha uma dificuldade de relacionamentos afetivos, ele focava muito no trabalho, na mecânica. Ele também tinha questão altruísta, queria fazer algo para a humanidade. Vimos ele como uma pessoa de várias facetas”, pontou Estevão Ciavatta.
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O ator João Pedro Zappa , que vive Dumont da adolescência a fase adulta, é uma das grandes apostas da série. Para compor o personagem, ele contou que viu os poucos vídeos que tinha do inventor, leu os livros escritos por ele e também mergulhou nas biografias. “Ficava horas vendo as fotos dele para tentar pegar as expressões. Posso adiantar que uma das cenas que mais me emocionou foi uma em que ele dá sua opinião sobre os irmãos Wright”, revelou o ator que dispensou o dublê em várias cenas de ação.
Musical "Além do Ar"
A história do patrono da aeronáutica também ganha os palcos em Campos do Jordão em uma curta temporada. “ Além do Ar – Um Musical Inspirado em Santos Dumont ” estreia no próximo dia 22 de novembro no Auditório Claudio Santoro e as expectativas estão altas. O protagonista será divido entre quatro talentos: os experientes Cássio Scapin e André Torquato e os jovens atores do Núcleo de Teatro da Fundação, Raí Palma e Francisco Arruda.
“Nós gostaríamos de representar uma história que falasse sobre persistência, sobre a importância de nunca desistir diante dos desafios. E junto com isso, surgiu também a vontade de abordar o tema contando a trajetória de uma pessoa real e Santos Dumont foi nossa primeira opção”, contou Viviane Santos, que é coordenadora do Núcleo de Teatro da Fundação Lia Maria Aguiar.
O diretor da fundação, Luiz Goshima, acrescentou que a ideia é contar uma história de um homem importante de forma lúdica para inspirar a reflexão e também para mostrar ao público a qualidade artística das crianças que participam desse projeto. Assim como na série, o processo de pesquisa para contar a vida de Dumont foi intenso e valioso.
“O que mais nos surpreendeu foi que ele não tinha o simples objetivo de construir uma máquina voadora ou apenas de fazer o homem voar. O Aeronauta tinha o grande objetivo de diminuir as distâncias entre as pessoas, ele acreditava que se houvesse mais contato entre culturas e povos diferentes, isso poderia ser percebido que todos são iguais e que não há motivos para conflitos”, destacou Viviane.
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Vale ressaltar que os projetos desenvolvidos por essa fundação buscam inspirar os jovens dentro de uma vertente artística e mostrar que é possível viver profissionalmente da arte. “Musicais como esse de Santos Dumont e outros que já produzimos têm o objetivo de aproximar nossos alunos de profissionais e proporcionar uma troca de ensinamentos”, pontuou a coordenadora. Em paralelo ao musical, está sendo realizado um trabalho nas escolas da região para incentivar crianças e jovens a construírem protótipos do 14 Bis.