Fiscais da Secretaria de Ordem Pública (Seop) da Prefeitura do Rio de Janeiro chegaram à Bienal do Livro no início da noite deste sábado (7). Os funcionários foram ao local após decisão judicial permitir a apreensão de livros com temática LGBTQ+ .
Os servidores já haviam comparecido à Bienal na sexta-feira para, segundo eles, identificar e lacrar livros considerados "impróprios". O pivo do que muitos chamaram de censura foi uma história em quadrinhos da Marvel chamada "Vingadores - A Cruzada das Crianças" , que tem um trecho com dois personagens gays se beijando.
Uma liminar concedida ainda na sexta após pedido da organização da Bienal, porém, impediu o recolhimento das obras que desagradaram o prefeito Marcelo Crivella. Neste sábado, em novo capítulo da polêmica, o presidente do TJ, Claudio de Mello Tavares concedeu decisão favorável à Prefeitura do Rio e cassou a anterior.
A Bienal promete recorrer da decisão do presidente do TJ no Supremo Tribunal Federal (STF). "A fim de garantir o pleno funcionamento do evento e o direito dos expositores de comercializar obras literárias sobre as mais diversas temáticas - como prevê a legislação brasileira".
No início da noite deste sábado, os fiscais foram recebidos pela vice-presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros, Marina Zahar, que irá argumentar contra a fiscalização.
Ação do youtuber Felipe Neto
Na noite da sexta, o youtuber Felipe Neto anunciou que iria distribuir gratuitamente cerca de 14 mil livros com temática LGBTQ+ do lado de fora da Bienal . Durante todo o dia, ele publicou em suas redes contra a ação de Crivella e, no fim da tarde deste sábado, afirmou que todos os livros haviam sido distribuídos. Após a chegada de viaturas da Seop, ele pediu que os presentes no evento filmassem a ação dos agentes: "Estão cheios de sacos para remover todos os livros com conteúdo LGBT", escreveu.