Movido por desafios, Bruno Fagundes vem se arriscando dentro da arte, tanto que atualmente está em cartaz com o protagonista do musical imersivo “Zorro – Nasce uma Lenda” . Além disso, o ator integra o elenco da série “3%”, da Netflix, e por três anos esteve no elenco da peça “Baixa Terapia”. Filho dos atores Antônio Fagundes e Mara Carvalho, o jovem tem batalhado e construído sua própria carreira, deixando claro que não existe a necessidade de comparações.
“Nunca escolhi o caminho da fama e eu poderia ter feito isso desde muito cedo, mas eu não quis, não é algo que me interessa. Por isso, eu sempre fui meio excluído e, pior, já fui visto só como o filho do Fagundes, como se eu não tivesse nada para oferecer e essa é a maior mentira do mundo, eu nunca usei a carta ‘Antônio Fagundes’ pra nada”, enfatizou Bruno Fagundes ao iG .
Já fui visto só como o filho do Fagundes, como se eu não tivesse nada para oferecer
No começo, o ator tinha dúvidas se realmente gostaria de seguir a carreira artística, não por medo das comparações, mas por achar o sistema dessa profissão ingrato. “Não tem como comparar. Pode ser que um dia, lá na frente, quando eu tiver com 70 anos você possa dizer que o Bruno com 70 anos parece com o pai, mas pra que fazer isso? Meu pai nunca fez um musical como o Zorro, nunca fez uma série da Netflix .”
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Em uma conversa com o pai, Bruno acabou descobrindo que o Fagundes nunca precisou fazer um teste e isso o deixou impressionado. “Ele não sabe o que é isso porque na época dele, há 40 anos, não precisava fazer teste porque você tinha ele e mais cinco ou seis atores como ele, com o talento dele, com o perfil dele. Eu fiz 350 testes para mais, se não mil”, comentou o interprete do Zorro.
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Mesmo certo de que nasceu para ser ator, Bruno frequentemente repensa sua carreira por não concordar com um sistema de celebridade que exclui um artista por ele não estar em uma capa de revista ou na televisão aberta. Em contrapartida, ele também sente que isso tem mudado.
“O interessante é que agora há um movimento que fala de minorias, que traz representatividade e isso é bom. Hoje, podemos ver um musical do tamanho do ‘Escola do Rock’ sendo protagonizado pelo Arthur Berges, que é um cara que nunca fez novela, um cara que nunca foi para a Globo , isso me emociona”, explicou o ator.
Novos e bons desafios
A busca por bons personagens é uma constante na vida artística de Bruno e foi isso o que o motivou a estudar para poder viver um Zorro desconstruído em um musical. “Sempre tive vontade de fazer um musical, mas sempre fui um ator de teatro falado e nunca quis largar esse lado. Então, se futuramente eu tiver que escolher entre fazer uma peça do Shakespeare e um musical eu acho que eu escolheria o Shakespeare porque essa é minha formação.”
Entre fazer uma peça do Shakespeare e um musical eu acho que eu escolheria o Shakespeare
Antes de encarar o mascarado, o ator seguia em cartaz com “Baixa Terapia”, espetáculo em que contracenava com seus pais. “Eu amava fazer, estava em cena com a minha família, então tinha um lado emocional muito forte. Eu abandonei o projeto porque eu me vi lá três anos e quis um desafio novo. O teatro pede isso, se não você enferruja, cai na zona de conforto.”
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Apesar de ter 14 anos de carreira, Bruno Fagundes sente que ainda está no começo da sua trajetória artística e que tem muita coisa nova para viver na profissão. Totalmente focado e “sem vida social”, como ele mesmo brinca, o ator se prepara para a quarta e última temporada de “3%”. Já no futuro, ele deseja protagonizar um longa metragem, fazer novela e interpretar em outra língua.