Não é a primeira série de zumbis a estrear na Netflix em 2019, mas “Black Summer”, com oito episódios de duração variada, não provoca o mesmo impacto da sul-coreana “Kingdom” , lançada em janeiro.

Jamie King estrela Black Summer
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Jamie King estrela Black Summer

Criada por Karl Schaefer e John Hyams, “Black Summer” vai direto ao ponto e se incumbe de mostrar o caos detonado pelo apocalipse zumbi. Jamie King estrela como essa mulher que tenta ir com o marido e a filha para um acampamento improvisado pelos militares em um estádio, mas o marido está ferido e os militares reagem agressivamente contra ele. Essa é apenas a primeira cena.

Outras em que o descolamento da civilidade se evidencia ganham vez no curso da primeira temporada da série que bebe mais da fonte de “Extermínio” (2002), filme de Danny Boyle, do que de “The Walking Dead”, a série que, para o bem ou para o mal, virou referência quando se aborda os mortos-vivos.

Aqui os zumbis são bestas desembestadas e adrenalizadas e é preciso um estado constante de atenção para sobreviver. Algo que o programa consegue dimensionar muito bem, ainda que escorregue na construção dos personagens. O público não chega a se importar realmente com nenhum deles. Aquela que mais cativa é justamente a que não fala nada de inglês, papel da ótima Christine Lee, e que a série não se preocupa em traduzir.

Cena de Black Summer
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Cena de Black Summer

A desorientação é perseguida a todo tempo. Não só na dificuldade de entender Kyungsun (Lee), mas pela fotografia, pela montagem aturdida e mesmo pela narrativa que vai e vem no tempo promovendo encontros inesperados entre os personagens. Essa lógica é ousada para um produto que se pretende de massa e, em última instância, o que torna a série pouco palatável para uma audiência acostumada a produções pasteurizadas.

Entre esses erros e acertos, “Black Summer” funciona de uma maneira completamente anticlimática, mas não deixa saudades. A Netflix  viabiliza novas séries de zumbis, uma com Matthew Broderick e outra até com a participação de Sabrina Sato , mas talvez nenhuma delas apresente as imperfeições românticas desta aqui.

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