Menos de um ano após a estreia, "Samantha!" volta para uma segunda temporada na Netflix. A série brasileira é uma das principais apostas da plataforma de streaming no mercado nacional e conta a trajetória de uma ex-estrela mirim, interpretada com perspicácia por Emanuelle Araújo, que faz de tudo para reencontrar a fama perdida.
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A ideia de radiografar as loucuras e reminiscências deste universo está intrínseca ao projeto, que se destaca pelo humor e pela narrativa que busca, sempre que pode, a sátira. No segundo ano, Samantha está decidida a crescer emocionalmente. Decide ser uma mãe mais dedicada, uma esposa mais compreensiva e uma profissional melhor.
Acontece que sua relação com a fama continua sendo complexa e desestabilizadora. Uma das tônicas da segunda temporada é justamente a produção de um filme baseado no livro "Samonstra", que observa a protagonista como uma egolátra difícil de lidar. Tico (Rodrigo Pandolfo) é o responsável pelo projeto, que conta com a colaboração de Marcinho (Daniel Furlan), agente de Samantha que precisa recuperar tração nos seus negócios.
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A existência do projeto é um teste para essa fase mais zen da protagonista. O conflito dramático, no entanto, acaba resvalando em questões já tratadas na primeira temporada. A ideia de repetição, portanto, é um elemento que ajuda a tornar o segundo ano ainda mais cansativo do que o primeiro, que já era irregular.
A despeito dos bons momentos, "Samantha!" frequentemente parece um produto executado de maneira mais rudimentar do que o argumento pede. Talvez pela necessidade de ser tão regional quanto global, talvez pela demanda de se comunicar com diversas faixas-etárias, talvez pela ideia central de ser essencialmente extemporâneo. Fato é que, não raro, a produção desaponta.
Participações especiais
Um dos easter eggs que tão bem funcionou na primeira temporada, as participações especiais, está mantido. Além de Gretchen , uma espécie de referência para Samantha, Luciana Gimenez e Nicole Bahls dão as caras logo no primeiro episódio no estilo "piscou, perdeu".
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No fim das contas, "Samantha!" continua sendo um interessante comentário sobre a cultura de celebridades. Nem sempre acerta no ponto, mas passa longe de ser indigesto.