Com o lançamento de “Homecoming”, Beyoncé só comprova porque é uma das maiores artistas da atualidade. O filme lançado na Netflix mostra todas as referências e todo o árduo trabalho da cantora para chegar a apresentação no Coachella em 2018. Selecionamos cinco coisas que aprendemos assistindo a produção que também é dirigida, produzida e roteirizada por ela:
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- Aprenda sua história
O “Beychella”, mas do que um simples show, é um testamento de Beyoncé a sua negritude. Sua inspiração são as bandas marciais de universidades negras, e as festas de “ Homecoming ” que, de acordo com ela, eram as celebrações mais aguardadas na cidade onde cresceu, em Houston, no Texas. Por isso ela se aprofunda em conhecer essas universidades, suas bandas e seu trabalho, também mostrado no documentário. Nada é por acaso, e a artista é dedicada o suficiente para buscar as raízes do que ela quer mostrar para o público.
- Estude
“Quando eu decidi fazer o Coachella , ao invés de colocar minha coroa de flores, era mais importante para mim trazer nossa cultura para o Coachella. Então eu estudei minha história, estudei meu passado e coloquei cada erro, cada triunfo, meus 22 anos de carreira nessas duas horas de performance”, ela conta no filme.
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O setlist, de fato, engloba sua carreira, e foi feito para alegrar as arquibancadas, excluindo músicas mais lentas como Halo e If I Were a Boy . Mas, mais do que mostrar parte da cultura negra americana, a apresentação – e o documentário – mostram quem é Beyoncé, quais elementos são a base de seu trabalho, em quais pilares sua carreira é fundada. Também mostra sua dedicação e estudo para que tudo seja coerente e conte uma história.
- Seu lugar é na história
Bey abre o show com uma sequência matadora de Crazy in Love e Freedom , e a escolha da segunda não é por acaso. Na música, ela fala sobre liberdade negra para além da escravidão, sobre negros serem livres para viver suas histórias apesar do racismo e da discriminação. Não a toa, antes de tocar a terceira música ela canta um trecho de Lift Every Voice and Sing , música de 1900 que se tornou o “hino negro americano”.
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Esse é apenas um dos motivos que mostram que Beyoncé ficará na história, não só pela sua música, mas pelo seu ativismo e por dar voz a população negra americana.
- Ela é uma artista completa
Beyoncé exige muito dos outros, mas só pro que ela exige isso de si mesma. No documentário ela mostra as reuniões que tinha com os chefes de cada equipe – cerca de 50 pessoas – que tinham que estar alinhadas. Ela sabe onde cada um tem que estar no palco, qual a deixa para a música seguinte, onde a luz tem que estar. Seu crédito é de diretora, roteirista e produtora executiva, mostrando que ela é uma artista completa.
Afinal, depois de toda essa preparação, o show é dela. São quase três horas dançando, cantando sem desafinar ou perder o fôlego, subindo e descendo as escadas do cenário e até sendo erguida acima do público por um guindaste.
- Somos individuais
“Eu queria uma orquestra negra. Eu queria dançarinos. Eu precisava de vocalistas. Eu queria personagens diferentes, não queria todos fazendo a mesma coisa. (...) as coisas que esses jovens conseguem fazer com seu corpo e sua música, e seus corpos e cortes de cabelo”, diz uma emocionada Beyoncé sobre o imenso time que reuniu para dividir o palco com ela.
Fica claro que, embora todos funcionem como um só e precisem estar em harmonia, ela queria individualidade. Cada pessoa naquele palco foi pessoalmente selecionada por ela por ser capaz de mostrar algo seu, único e especial. Ao mesmo tempo que ela espera que seu trabalho inspire outras pessoas (“se eu consegui, por que não outras pessoas?”), ela também se esforça para destacar cada um individualmente.
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“ Beyoncé : Homecoming” é uma carta de amor a negritude americana, a sua infância, ao Texas, a sua família e ao árduo trabalho que ela teve para chegar até aqui, mostrando como ela se tornou a maior artista viva.