São muitos os blockbusters que ganharão sequências em 2019, ou os clássicos da Disney que se tornarão live-actions. O que a maioria deles tem em comum é o fato de que são dirigidos por homens. Isso não significa que não tenhamos boas estreias com diretoras, a começar por “Capitã Marvel”, que estreou na última quinta-feira (07).
Em busca de maior representatividade no cinema, muitos artistas tem se empenhado em trabalhar com novas diretoras e a tendência é que, no futuro, teremos mais mulheres por trás de grandes produções. Em 2020, por exemplo, serão duas cineastas a frente de “Mulan” e a continuação de “Mulher Maravilha”.
Leia também: Vingadores, Tarantino, Dumbo, muito terror e os filmes mais esperados de 2019
Pensando nisso, o iG Gente reuniu 20 produções que estreiam em 2019 e contam com mulheres na direção. Confira:
- Anna Boden – “Capitã Marvel”
" Capitã Marvel ", que estreou na última quinta-feira (07) marca muitas “primeiras vezes”: uma heroína protagonista e uma mulher na direção. Anna Boden divide a função com Ryan Fleck, com quem também assina o roteiro, e já dirigiu filmes como “Se Enlouquecer, Não se Apaixone”.
- Elizabeth Banks – “As Panteras”
Banks é uma das maiores agitadoras da igualdade de gênero nos sets e tem usado sua carreira como uma plataforma para promover mulheres na indústria. Ela se superou com “A Escolha Perfeita”, que primeiro produziu e depois dirigiu, e agora assume o aguardado reboot de “As Panteras”, com Kristen Stewart, Naomi Scott e Ella Ballinska nos papeis principais.
- Olivia Wilde – “Booksmart”
Olivia Wilde faz sua estreia na direção com “Booksmart”, uma história focada em duas amigas que, prestes a se formar, decidem sair da linha e viver novas experiências antes de deixar a adolescência para trás.
- Greta Gerwig – “Little Women”
Gerwig tem uma carreira curta, porém celebrada. Com sua estreia na direção ela foi indicada ao Oscar e para seu segundo longa ela decidiu fazer uma nova adaptação de “Mulherzinhas”, livro de Louisa May Alcott, que já virou filme em 1994. Previsto para estrear em dezembro nos EUA, o filme é estrelado por Saoirse Ronan, Emma Watson e Maryl Streep.
- Marielle Heller- “A Beaultiful Day in the Neighborhood”
Marielle Heller fez um dos filmes mais celebrados de 2018, “Poderia Me Perdoar?”, que foi indicado a três Oscars (mas não de Melhor Direção). Um ano depois, ela escalou Tom Hanks para “A Beaultiful Day in the Neighborhood”, conhecido nos EUA por seus programas infantis.
- Melina Matsoukas – Queen & Slim
Queen (Jodie Tuner-Smith) e Slim (Daniel Kaluuya) vão ao seu primeiro encontro, mas enfrentam o inesperado quando são parados pela policia. Essa é a premissa principal da estreia de Melina Matsoukas na direção. Mesmo esse sendo seu primeiro longa, ela já é celebrada pelo seu trabalho na direção da série “Insecure”, e por “Formation” da cantora Beyónce, que lhe rendeu um Grammy.
- Andrea Berloff – The Kitchen
Similar a “Viúvas”, “The Kitchen” se passa no bairro Nova Iorquino de Hell’s Kitchen nos anos 1970. Três esposas de gângsteres locais decidem continuar seu trabalho quando os maridos são presos. Essa é a estreia de Andrea Berloff na direção, mas ela já escreveu o roteiro de filmes como “Straight Outta Compton” e “Herança de Sangue”.
- Gabriela Amaral Almeida – “A Sombra do Pai”
Gabriela brilhou em 2018 com “Animal Cordial”, suspense estrelado por Murilo Benício. Familiarizada com o gênero e misturando terror e gore em seu trabalho, ela retorna em 2019 com “A Sombra do Pai” . O filme gira em torno do relacionamento entre Dalva (Nina Medeiros) e seu pai, Jorge (Júlio Machado). Órfã de mãe, Dalva acredita possuir o poder de trazê-la de volta a vida.
- Amy Poeheler – “Wyne Country”
Amy Poehler dirigindo um filme que tem ainda Tina Fey, Maya Rudolph e Rachel Dracht no elenco já é mais do que suficiente para se interessar. A humorista estreia da direção em “Wine Country” cuja trama é baseada na própria experiência de Poehler, que viajou com amigas para uma cidade conhecida por seus vinhos para celebrar seu aniversário.
- Claire Denis – “High Life”
A francesa Claire Denis retorna com “High Life”, uma mistura de thriller espacial com contemplação da natureza. O filme foi apresentado no Festival de Toronto e tem Robert Pattison, Juliette Binoche, Mia Goth e André Benjamin e marca a estreia de Denis em um filme falado em inglês.
- Ry Russo-Young – “O Sol Também é uma Estrela”
Da nova leva de romances YA, um dos mais interessantes é “O Sol Também é Uma Estrela”, de Ry Ruddo-Young. Aproveitando o retorno a forma dos romances, Yara Sahidi, que desponta como uma das principais vozes de sua geração, estrela como Natasha, que conhece e se apaixona por Daniel (Charles Melton) quando sua família está prestes a ser deportada dos EUA.
- Tina Gordon – “Little”
Marsai Martin, colega de elenco de Sahidi em “Black-ish”, também é um dos destaques da série e aqui, além de estrelar “Little”, também é responsável por criar a história do filme. Tina Gordon assina o roteiro e a direção do filme sobre uma mulher impossível que acaba recebendo uma maldição e volta a ser criança. Issa Rae completa o elenco.
- Nisha Ganatra – “Late Night”
Mindy Kaling também tem feito escolhas na carreira tanto em filmes como em séries, que apostam em mulheres em posições de liderança. Seu mais recente esforço é “Late Night”. Dirigido por Nisha Ganatra, que já dirigiu diversas séries, o projeto marca sua estreia no cinema . Kaling é uma aspirante a escritora que consegue uma vaga escrevendo para o programa da odiada Katherine (Emma Thompson), e acaba tentando mudar sua fama de má.
- Laís Bodanzky – “Pedro”
“Pedro” é um projeto antigo mas, como fazer cinema no Brasil não é fácil, o longa só entrou em produção em 2018. Estrelado por Cauã Reymond como Dom Pedro I, o filme mergulha no monarca durante sue retorno a Portugal. Bodansky é uma das mais celebradas cineastas brasileiras, e já dirigiu filmes como “Bicho de Sete Cabeças” e “Como Nossos Pais”.
- Reed Morano – “The Rythim Section”
Reed Morano está em ascensão depois de ganhar um Emmy pela direção da primeira temporada de “The Handmaid’s Tale”. A cineasta, que também dirige a fotografia de seus filmes, lança este ano o projeto mais ambicioso de sua carreira até aqui. The Rythim Section” é estrelado por Blake Lively como uma mulher em busca de vingança. Baseado no livro de Mark Burnell, o filme tem uma linha estilo “007” e deve estrear no final de 2019.
- Carol Morley – “Out of Blue”
Esse é o segundo longa de Carol Morley que aposta em Patricia Clarkson como uma policial que investiga a morte de uma astrofísica. Misturando aspectos investigativos com divagações sobre a existência humana, Morley cria uma atmosfera própria nesse filme baseado no livro “O Comboio da Noite”, de Martin Amis.
- Nahnatchka Khan – “Always Be My Maybe”
Os romances voltaram mesmo com tudo, e em 2019 veremos muitos chegando aos cinemas. A diferença da onda nos anos 1980 para hoje é que agora temos histórias mais diversificadas e elenco mais ainda. “Always Be My Maybe” é adaptado do filme de mesmo nome das Filipinas, e marca a estreia de Nahnatchka Khan nos cinemas, depois de dirigir séries como “Fresh Of The Boat” e “American Dad”.
- Sophie Hyde – “Animals”
Baseado no livro de Emma Jane Unsworth, “Animals” mostra duas jovens amigas em uma espiral de festas, drogas e álcool. Sophie já dirigiu o indie pouco conhecido “52 Tuesdays” e agora se debruça sobre a relação dessas duas mulheres, interpretadas por Alia Shawkat e Holliday Grainger.
- Cristiane Oliveira – “A Primeira Morte de Joana”
Cristiane Oliveira fez uma elogiada estreia como diretora com “Mulher do Pai”, de 2017. Agora, ela retorna com “A Primeira Morte de Joana” que novamente se debruça sobre a vida de uma jovem adolescente. Trabalhando com atores novos, ela conta a história de Joana (Letícia Kacperski), que vai crescendo e amadurecendo ao mesmo tempo que sua cidade também muda.
- Julia Hart – “Fast Color”
“Fast Color” é escrita por Julia Hart ao lado de Jordan Horowitz (“La La Land”), mas não podia estar mais distante de seu trabalho anterior, que era uma comédia. Agora, ela mergulha na ficção científica para contar a história de Ruth (Gugu Mbatha-Raw), que tem poderes que ela não sabe controlar, e vê a filha seguir pelo mesmo caminho.
Leia também: O legado e o futuro do Time’s Up na indústria cinematográfica
A maioria dessas diretoras tem em comum o fato de estarem no começo da carreira – ou terem trabalhos antigos menos reconhecidos, consequência cruel da falta de oportunidade para mulheres no cinema. Mas em comum também, elas têm histórias novas, contadas por um novo ponto de vista e estarão no cinema em 2019.