A categoria de atriz coadjuvante no Oscar ostenta o cenário mais imprevisível desde 2009, quando Kate Winslet ganhou a maioria dos prêmios na temporada por “O Leitor”, mas foi indicada pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood como Melhor Atriz. Naquele ano a categoria foi vencida por Penélope cruz por “Vicky Cristina Barcelona”, que só havia ganhado o Bafta pelo filme.

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Atriz Coadjuvante: Amy Adams (
Montagem/divulgação
Atriz Coadjuvante: Amy Adams ("Vice"), Marina de Tavira ("Roma"), Regina King ("Se a Rua Beale Falasse'), Emma Stone ("A Favorita") e Rachel Weisz ("A Favorita")

Em 2019, as circunstâncias são ainda mais esparsas. Não há uma franca favorita na disputa, ainda que haja consenso entre a crítica de que Regina King, que ganhou o Globo de Ouro e o Critic´s Choice por “Se a Rua Beale Falasse”, ocupa esse espaço. Completam a categoria de Atriz Coadjuvante Amy Adams (“Vice”), Marina de Tavira (“Roma”), Emma Stone (“A Favorita”) e Rachel Weisz (“A Favorita”).

King ganhou dois prêmios, mas sequer foi indicada ao SAG (prêmio do sindicato dos atores) e ao Bafta, dois dos termômetros mais confiáveis dos vencedores do Oscar. Se no SAG, a ganhadora foi Emily Blunt, sequer indicada ao Oscar, por “Um Lugar Silencioso”, no Bafta a vencedora foi Rachel Weisz por “A Favorita”.

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Amy Adams em cena de Vice

Há, ainda, outro elemento a injetar mais adrenalina na corrida pelo Oscar na categoria. Amy Adams , 44, disputa o Oscar pela sexta vez e, se não ganhar, junta-se a Glenn Close, curiosamente indicada – e favorita – neste ano na categoria de atriz principal, como maior perdedora entre as mulheres. Close ostenta a marca, que pode aumentar, de maior número de indicações sem vitória. Marca agora igualada por Adams.

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Muitos analistas defendem que em uma categoria tão aberta, a presença de Adams e a percepção de que é preciso prestigia-la podem soprar o vento na direção da atriz que vive com a firmeza e talento que lhe são característicos Lynne Cheney, a altiva mulher do vice-presidente de Bush em “Vice”. Mas esta não é uma opinião majoritária. Afinal, esse raciocínio já parece imperar na categoria principal. Adams está muito bem, mas de fato não ostenta a melhor performance entre as indicadas.

Rachel Weisz em cena de
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Rachel Weisz em cena de "A Favorita": de olho no Oscar 2019

Essa glória é compartilhada entre as duas atrizes de “A Favorita”, justamente as únicas já vencedoras em competição. Rachel Weisz, que triunfou em 2006 nesta mesma categoria por “O Jardineiro Fiel”, está sublime como a conselheira da rainha que vê seu posto, e prestígio, ameaçados com a chegada da prima, vivida justamente por Stone, premiada em 2017 como Atriz por “La La Land: Cantando Estações”.  Essa é a terceira indicação da atriz, também nomeada em 2015 por “Birdman”, em cinco anos. Diferentemente da categoria masculina, em que Mahershala Ali, um vencedor recente é favorito, essa condição parece pesar contra suas chances aqui.

Vencedora do Bafta, Weisz ostenta uma performance do tipo que a Academia gosta de premiar e pode ser uma opção a King, cujo filme não emplacou na categoria principal. Ela é a única que defende uma candidatura por um filme com pouco espaço no Oscar.

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Regina King em cena de "Se a Rua Beale Falasse": favoritismo a meio mastro

Há, ainda, Marina de Tavira, a grande surpresa da lista deste ano. Nem a Netflix fazia campanha pela atriz que não fora lembrada por prêmio nenhum antes do Oscar. Se a Academia estiver no humor de consagrar “Roma”, a vitória da mexicana seria natural. Na história recente do Oscar, porém, não há precedentes que estimulem essa linha de raciocínio.

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Desde que a premiação do sindicato dos atores foi instituída em 1995, a categoria de atriz coadjuvante foi a que mais divergiu do Oscar. Foram oito vezes em 24 anos. Fatalmente em 2019 também será uma escolha distinta e, ainda que a tendência aponte para uma batalha entre Regina King e Rachel Weisz, as características e minúcias da categoria tornam-na imprevisível.

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