“Creed II” é um filme sobre boxe, mas é mais que isso. É sobre estar vulnerável, sobre amadurecimento ou, como brinca Tessa Thompson, sobre “adultar”. “A verdade é que o primeiro ‘Rocky’ é uma história de amor, e acontece de existir no mundo do boxe. Essas sequências continuam sendo sobre amor, família, e são filmes de boxe”, comenta a atriz.

Michael B. Jordan atua ao lado de Florian Munteanu em
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Michael B. Jordan atua ao lado de Florian Munteanu em "Creed II"

Tessa dá vida a Bianca, que começa a namorar com Adonis Creed (Michael B. Jordan) no primeiro filme. Agora, suas vidas estão interligadas e uma inesperada gravidez faz com que eles tenham que aprender a lidar, de fato, com a vida adulta a dois (que logo será a três). Para Michael, é justamente o fator “família” que conecta as pessoas com “ Creed II ”.

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“Queríamos que fosse sobre a família. O boxe é um veículo para essas histórias, esses problemas e relacionamentos. Acho que é por isso que as pessoas se conectam. Não é só testosterona”, conta. Isso não significa que o longa não fale sobre masculinidade e seus conceitos, pelo contrário.

Vulnerável e um pouco perdido quanto a seu lugar no mundo (como homem e como lutador), Adonis tem que deixar algumas características de lado para evoluir. “Adonis é muito egoísta”, pontua Jordan. Por isso o filho de Apollo Creed (Carl Weathers) terá que enfrentar seus demônios dentro e fora dos ringues.

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"Creed II"

“Masculinidade é importante, mas a forma como as pessoas veem masculinidade pode não ser o caso. No filme nós queríamos explorar isso, o que significa ser homem. Não significa que você não pode chorar, não significa que não pode admitir que está errado, ou ter amor e ser vulnerável emocionalmente”, explica Jordan.

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E de fato a continuação de “Creed” foca muito mais nessa jornada de Adonis por entender o que é a masculinidade, e ganhar ou perder é tão somente consequência disso. Mas os outros personagens masculinos também enfrentam seus demônios. Rocky (Sylvester Stallone) se vê sozinho e repensando escolhas que fez em sua vida, enquanto Viktor Drago (Florian Munteanu) tenta alcançar as expectativas de seu pai.

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“Esse filme mostra que até os caras ‘fortões’ podem chorar. E está tudo bem lidar com as suas emoções. Ser durão e manter as emoções para si mesmo não é sempre a melhor saída. Todos somos seres-humanos e temos coisas que nos importamos”, comenta Munteanu.

O lutador de boxe enfrenta seu primeiro papel no cinema e não decepciona. Viktor é de poucas palavras, mas Munteanu transmite muito com o olhar. Ele conta que passou cerca de três meses se preparando para o papel e nesse tempo pode se aproximar de Jordan. “Trocamos informações diariamente sobre tudo – não só sobre boxe e sobre atuação, mas sobre a vida em geral. O filme é tão pessoal e sobre família, queríamos aprender um com o outro”, conta.

Os dois, inclusive, são só elogios: “O que me impressionou no Flo é que ele chegou muito humilde e trabalhando duro”, comenta Jordan. Na preparação para o filme, Jordan teve que ganhar massa, enquanto Florian teve que emagrecer para, segundo Michael, a diferença de tamanho entre eles não ser “muito louca”.

Novos caminhos em “Creed II”

Steven Caple Jr. assumiu a direção em
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Steven Caple Jr. assumiu a direção em "Creed II"

Michael B. Jordan também falou sobre a mudança de direção e como isso afetou a sequência. O primeiro filme foi dirigido por Ryan Coogler (“Pantera Negra”), com quem o ator tem uma frutífera parceria. Na sequência ele serve como produtor executivo, enquanto Steven Caple Jr. assume a direção.

Tessa Thompson conta que, assim como Ryan, Steven é um diretor muito colaborativo. Responsável pelo papel principal feminino, Thompson poderia ficar à sombra de Adonis e do conflito do ringue, mas isso não acontece. “Nós pensamos em como a Bianca tem integridade, como lutamos contra essa masculinidade tóxica”, conta.

Já Michael credita os conflitos emocionais aprofundados a Steven: “Ele conta história de uma forma muito pessoal. Ele prestou atenção nos filmes do ‘Rocky’, mas também em ‘Creed I’, onde esses relacionamentos estavam e como construir a história em cima disso e descobrir para onde ir”, comenta.

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E Steven conseguiu fazer um filme autoral, que faz jus ao primeiro, mas segue sua história sem medo de testar os personagens e descobrir quais são seus limites em “ Creed II”.

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