Há pouco mais de um mês, a corrida pelo Oscar de melhor ator estava congestionada e tinha pelo menos doze postulantes às cinco vagas pela estatueta dourada. Hoje a corrida já tem três nomes bem consolidados, um favorito e algumas dúvidas.
Leia também: Diretor de "Green Book" disse em 1998 que mostrou o pênis para Cameron Diaz
Christian Bale, que já ganhou um bocado de prêmios da crítica, o Globo de Ouro de ator em comédia e o Critic´s Choice é o favorito ao Oscar de melhor ator por sua performance como Dick Cheney, o vice-presidente de Bush que foi a cabeça dos planos energético e de defesa dos EUA entre 2001 e 2008.
Leia também: Glenn Close é favorita, mas Lady Gaga ganha fôlego para melhor atriz no Oscar
Os outros dois nomes dados como certo na disputa são Rami Malek, que ganhou o Globo de Ouro como ator dramático, que vive Freddie Mercury em “Bohemian Rhapsody” e Bradley Cooper, que também vive um músico, mas um personagem ficcional, em “Nasce uma Estrela”.
A favor de Malek e Bale está o fato de que sete dos últimos dez vencedores da categoria interpretaram pessoas reais . Gary Oldman como Winston Churchill, em 2018; Eddie Redmayne como Stephen Hawking, em 2015; Daniel Day Lewis como Abraham Lincoln, em 2013; e Colin Firth como o Rei George VI em 2011 são alguns exemplos.
É uma estatística poderosa e Bale e Malek defendem personagens cinemáticos e opulentos. Cooper, no entanto, além de ostentar a melhor atuação de sua carreira está em um filme que reúne mais consenso do que os dos principais rivais.
Quem ainda está na briga?
Hugh Jackman, como um candidato a presidência idealista que sucumbe a um escândalo sexual em “O Favorito”, Willem Dafoe, como Vicent Van Gogh em “O Portal da Eternidade”, Ryan Gosling, como Neil Armstrong, o primeiro homem a pisar na Lua, em “Primeiro Homem” parecem ter ficado para trás, a despeito de também interpretarem pessoas reais.
Lucas Hedges, que defende dois trabalhos na temporada de premiações, como o menino gay submetido a uma terapia de conversão em “Boy Erased: Uma Verdade Anulada”, e como um dependente de drogas tentando se reconectar ao seio familiar em “O Retorno de Ben” parece ter tido menos espaço em prêmios satélites do que carecia para chegar com forças à reta final da disputa.
John David Washington, o filho de Denzel que brilha em “Infiltrado na Klan”, tem pouco currículo em face a tanta gente experimentada e seu trabalho nem chega a ser tão distinto assim, mas ele pode se beneficiar do senso inclusivo que paira sobre a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollwood desde o imbróglio do #oscarssowhite. O único outro ator negro nas conversas para o Oscar seria Chadwick Boseman por “Pantera Negra”.
No entanto, não seria de estranhar que o ótimo Stephan James, de “Se a Rua Beale Falasse” aparecesse na lista final. Ele teve um ótimo ano, também estrelou a série da Amazon “Homecoming” e apresenta um trabalho melhor do que John e Chadwick somados. Seria uma escolha justa e natural.
O veterano Clint Eastwood, que voltou a atuar depois de seis anos, pode ser uma surpresa na categoria por “A Mula”. O próprio o foi por “Menina de Ouro” em 2005, quando apareceu entre os finalistas sem ter sido indicado a nenhum prêmio satélite antes. A academia fez a mesma coisa com Tommy Lee Jones em 2008 por “No Vale das Sombras”.
Além de Eastwood, temos Robert Redford por “The Old Man & The Gun”. O veterano, jamais oscarizado por uma atuação, anunciou que este deve ser seu último trabalho como ator.
No campo das possibilidades remotas figura ainda Ethan Hawke, por “First Reformed”. O ator foi lembrado em algumas premiações da crítica, mas solenemente ignorado nos primeiros prêmios da indústria.
Leia também: Sem prêmio a filme popular, Oscar pode ter recorde de blockbusters no século XXI
Já Viggo Mortensen, por “Green Book: O Guia” tem grandes chances. O ator, que já fora indicado outras duas vezes, foi lembrado no SAG, Globo de Ouro, Critic´s Choice e Bafta e deve disputar o Oscar de melhor ator . Os indicados serão conhecidos no dia 22 de janeiro.