“As Meninas Superpoderosas” fez parte da juventude de uma geração de pessoas. Estreando na TV em 18 de novembro de 1998, a animação completa 20 anos de exibição recheada de ação, humor e um legado de influências na cultura pop como um todo.
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Criada por Craig McCracken, “As Meninas Superpoderosas” foi produzida pelos estúdios Hanna Barbera, o sucesso ao passar dos anos foi tão meteórico que o universo da animação ganhou extensões e spin-offs, um filme nos cinemas, a versão “Geração Z” e um espaço no “Desenhos Incríveis: o Show”.
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De maneira lúdica, o desenho sempre retratou o machismo, a sexualidade fluida, preconceitos e famílias desconstruídas com maestria. Em comemoração ao aniversário de 20 anos, o iG Gente listou motivos que provam que o programa deve ser celebrado.
Protagonistas completas
Guiada por Florzinha, Lindinha e Docinho, a atração conta a estória de três irmãs com personalidades distintas. Detentoras de superpoderes, todos os dias é uma vitória pessoal, não apenas para Townsville, a cidade onde vivem, mas para si mesmas. Sempre superando seus medos, suas falhas humanas e controlando seus impulsos nocivos à sociedade.
Lindinha, a mais sensível, por exemplo, no decorrer das temporadas se vê diante de situações que precisa superar seus terrores e provar sua força. Florzinha, a líder indireta, é um pouco mais centrada. No entanto, a soberba e a falsa modéstia são metas que ela têm de melhorar. Docinho, por sua vez, dona de uma personalidade rústica e explosiva, é desafiada a controlar seu comportamento impulsivo.
Feminismo e outras lições
As superpoderosas garantem a seus telespectadores grandes lições morais. Criadas pelo Professor Utônio, um pai solteiro, as personagens fazem ao longo de suas temporadas um sutil alerta aos diferentes tipos de família.
Além disso, dia após dia, as superpoderosas têm que conciliar a rotina escolar, a vida de heroínas e o papel de filhas em casa, ainda arranjando tempo para serem crianças. Sempre se desdobrando em mil, elas são verdadeiras meninas-mulheres do século XXI, que não abaixam a cabeça para o patriarcado e que lutam diariamente em prol da paz.
Os vilões também passam mensagens importantes. Mask Scara, uma fashionista obcecada pela beleza, por exemplo, faz uma crítica ao narcisismo e aos padrões de beleza; Princesa MaisGrana, a menina rica, mostra que o dinheiro, apesar de ótimo, não compra tudo; a Gangue Gangrena, por seu lado, prova que as vítimas do contraste social realmente existem e precisam de ajuda; já o Macaco Louco é um sinal gritante das consequências do abandono e da carência. Até Ele, o demônio andrógino, faz uma tímida interjeição a maldade no mundo e a sexualidade existente nele.
A pancadaria é real
Sempre abordando temas importantes em seus episódios, o programa não deixa de garantir boas brigas, algumas inesquecíveis, como quando as meninas derrotam os meninos desordeiros pela primeira vez ou quando o Macaco Louco transforma todos os humanos em animais, inclusive, as poderosas, e as brigas ficam loucas para cachorro (literalmente); claro, impossível esquecer quando a Srta Bellum e o Professor Utônio estavam diante do altar, prestes a casar, e todos descobrem que na realidade era o Macaco Louco disfarçado e a pancadaria acontece na igreja mesmo.
Mistérios infinitos
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Tendo um universo limitado, "As Meninas Superpoderosas" , além de ser um desenho mais adulto do que aparenta, consegue manter mistérios que não se resolvem com o tempo. O elemento X, por exemplo, nunca se é explicado do que é composto; o rosto da Srta. Bellum: mesmo sendo parcialmente exposto em um episódio especial, a face inteira da personagem nunca foi revelada; a Gangue Gangrena são humanos doentes ou seres de outra espécie? E, claro, o cão-falante; como ele começou a falar e por que?