Em entrevista ao " Fantástico " no último domingo (14) Roger Waters falou sobre a polêmica ao usar a hashtag EleNão, com referência ao candidato à presidência do Brasil Jair Bolsonaro (PSL), durante show em São Paulo na última terça-feira (09).
Leia também: Roger Waters chama Bolsonaro de fascista e é vaiado durante show em São Paulo
De acordo com Roger Waters, o ato de protesto, que foi exibido durante a performance de Eclipse , foi um erro de sua equipe, já que deveria acontecer apenas uma vez e em outro momento do show. “Era para ter aparecido mais tarde, durante a música Mother , na parte que diz ‘mãe, devo confiar no governo?’ Aí faria sentido", explicou o cantor.
Leia também: Após vaias, Roger Waters "censura" nome de Bolsonaro em novo show
O ex-Pink Floyd seguiu a explicação pontuando o que deveria ter acontecido no momento em que a tag foi exposta: "Aquela parte era para aparecer pirâmides, lasers coloridos. Estávamos amando uns aos outros. No fim é o clímax após a jornada longa que atravessamos. Na segunda noite em São Paulo nós não usamos hashtags".
Para evitar novos erros, o ato político não se repetiu no show seguinte. "Na primeira noite eu não soube que tinha aparecido no telão. Achei que todos aplaudiriam, por que era isso que deveria acontecer. Naquele momento do show, em todos os lugares em que tocamos, todos ficam tão contentes nessa parte todos aplaudem. Aí me perguntei: 'O que está acontecendo?'", relembrou o roqueiro, que após os aplausos recebeu vaias do público por conta da tag.
Segundo Roger, apenas em outro momento se deu conta da polarização política no Brasil atualmente, assim como vários outros países do mundo. “Eles [os poderosos] são os inimigos. Eles são quem deveríamos lutar contra, não devemos lutar entre nós. Isso é que eles querem, que lutemos entre nós. Porque, enquanto lutamos, nós não focamos no nosso verdadeiro problema", observou o cantor.
Ainda ao "Fantástico", o roqueiro, que também havia colocado Jair Bolsonaro em uma lista de políticos neofascistas do mundo, ao lado de Donald Trump e a francesa Marine Le Pen, mas substituiu a menção pela mensagem "Ponto de vista censurado" no show seguinte, falou sobre a importância de expor seu ponto de vista político.
Leia também: As manifestações dos famosos após resultado do 1º turno das eleições
“Acredito que todos os artistas, não interessa de qual tipo de arte, têm responsabilidades de usar a arte para expressar ideias políticas e criar demanda em favor dos direitos humanos para todos", ressaltou Roger Waters.