Criado nos anos 80, em meio à paranoia da Guerra Fria, pelo professor de inglês convertido em escritor Tom Clancy , Jack Ryan foi uma das personificações mais vívidas de um agente da CIA na literatura ficcional. Com James Bond bombando no cinema não demoria para o personagem ganhar Hollywood.

John Krasinski: personificação definitiva de Jack Ryan?
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John Krasinski: personificação definitiva de Jack Ryan?

“Caçada ao Outubro Vermelho” (1989), “Jogos Patrióticos” (1992), “Perigo Real e Imediato” (1994), “A Soma de Todos os Medos” (2002) e “Operação Sombra: Jack Ryan ” (2014) foram os filmes inspirados no personagem produzidos por Hollywood com Alec Baldwin, Harrison Ford, Ben Affleck e Chris Pine, respectivamente, na pele do agente.

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Está na disponível no Amazon Prime Video desde a última sexta-feira (31) a série “Tom Clancy´s Jack Ryan”, a primeira de muitas superproduções da plataforma de streaming que aposta em verdadeiros blockbusters para streaming para rivalizar com a Netflix em um escopo global.

O novo Jack Ryan

Cena de Jack Ryan: de analista a espião
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Cena de Jack Ryan: de analista a espião

John Krasinski, que causara sensação no começo do ano com o longa “Um Lugar Silencioso” assume o personagem principal e dá a ele uma singular combinação de densidade e leveza. Seu Ryan é um analista da CIA geek e voluntarioso que aos poucos se vê empurrado para o trabalho de campo, atuando cada vez mais como um espião.

Um lobo em pele de cordeiro, como aponta uma personagem quando a ação se desloca para Paris. Além de flagrar os conflitos internos que acometem seu protagonista na caçada pelo sofisticado terrorista Suleiman (Ali Suliman), a série tem locações e ação incomuns para um programa de TV.

Esse engenho logístico ganha ainda mais força com o apoio de um roteiro esperto e muito bem desenvolvido ao longo dos oito episódios que marcam essa primeira temporada.  

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Ciclo vicioso

Em Jack Ryan, os vilões ganham relevo e densidade incomuns para produções americanas do gênero
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Em Jack Ryan, os vilões ganham relevo e densidade incomuns para produções americanas do gênero

Ainda que mire o entretenimento ligeiro, e  seja plenamente eficiente nesse departamento, a série da Amazon se notabiliza por um adendo incomum em produções dessa estirpe. O programa observa com zelo e perspicácia as motivações de árabes islâmicos e como o elemento humano atua nesse contexto.

A personagem símbolo desse raciocínio da série é Hanin (Dina Shihabi), esposa de Suleiman que se encontra em um dilema cada vez mais sufocante à medida que nota a radicalização do marido. É curioso que em uma série tão testosterona, resida em uma personagem feminina, e em um conflito eminentemente emocional, seu grande trunfo.

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“Jack Ryan” é um acerto justamente por conjugar tão brilhantemente elementos tão distintos, mas complementares em uma série que quer ser grande e hypada, mas que para isso não renuncia a pilares básicos do bom, e mais completo possível, entretenimento.

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