Neste domingo (02) um incêndio de grandes proporções destruiu o Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, no Rio de Janeiro. Em entrevista coletiva concedida na manhã desta segunda-feira (03), o diretor do antiquário Alexander Kellper atribuiu ao governo federal a responsabilidade pelo incidente.
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“Aqui sim é responsabilidade do governo federal. Não adianta dizer que não é. Porque é o governo federal que tem os recursos necessários. Nós não estamos pedindo, estamos implorando. Se nós tivéssemos esse terreno, parte dessa tragédia teria sido evitada. Bastava o bom senso", reclamou o diretor do Museu Nacional , que até o dia do incêndio era denominada como a maior instituição de história natural da América Latina.
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Porém, para infelicidade dos amantes de cultura
, esta não é a primeira vez que um incêndio atinge uma instituição artística de renome. Não precisamos voltar muito no tempo para relembrar os danos causados ao Museu da Língua Portuguesa, em 2015, ao Instituto Butantan, em 2010, e no Memorial da América Latina, em 2013, por exemplo.
Pensando nisso, selecionamos, a partir de uma análise dos planos de governo, o que os políticos
que pleiteiam à presidência da república prepararam para o Brasil no âmbito cultural.
PT e a cultura
Há algum tempo, a coordenação da campanha do PT divulgou em seu site oficial cinco pontos que norteiam seu programa de governo, e alguns pontos realmente envolvem o ramo cultural, mas sempre voltado para os artistas e jovens em si, nunca para as instituições.
O novo ciclo de políticas públicas que deve ser construído por meio dos mecanismos desenvolvidos pelo MinC é um exemplo disto. Para esse fim, a intenção é desmistificar os preconceitos e a marginalização sofrida pelos artistas e a formação de novos programas para atender às atuais demandas do setor e garantir o desenvolvimento cultural para toda a sociedade
Ciro Gomes
Já o candidato Ciro Gomes, do Partido Democrático Trabalhista, chega com a ideia de estimular a arte reforçando a essência brasileira presente em cada um que vive em solo tupiniquim.
Você viu?
Segundo o plano de governo de Ciro Gomes, o Ministério da Cultura terá uma missão maior do que já possui nos dias atuais. A intenção é fortalecer as expressões artísticas não comerciais, sem desmerecê-las.
Além disso, poderá haver ofertas de bens e serviços culturais que devem ser vistas como uma forma de lazer e inclusão social, fortalecimento da cidadania e inclusão econômica, assegurando à juventude alternativas e perspectivas saudáveis e dignas para o seu futuro.
Geraldo Alckmin
Por outro lado, o representante do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), Geraldo Alckmin, tem uma visão mais comedida sobre o futuro das artes brasileiras. Além de investir forte no ramo artístico, turismo e, especialmente, em áreas que o Brasil tem destaque, como a agroindústria, o político pretende aumentar o reconhecimento nacional das manifestações culturais brasileiras e seu “valor intrínseco”, como ferramenta de projeção do país.
Além disso, o candidato pretende investir e estimular as parcerias entre universidades, empresas e empreendedores para transformar a pesquisa, a ciência a tecnologia e o conhecimento aplicado, em vetores do aumento de produtividade e da competitividade do Brasil.
Jair Bolsonaro
Representando o Partido Social Liberal, o candidato Jair Bolsonaro não apresentou em seu plano de governo divulgado em seu site oficial nenhum plano para as atividades artísticas, instituições culturais ou afins.
Com um plano enlaçado em projetos para educação, alguns para saúde e outros para Economia, o mais próximo de algo cultural que pode ser encontrado na dissertação é uma proposta de política internacional que visa buscar alianças com países em busca de troca de comércio, ciência, tecnologia, educação e cultura.
Marina Silva
Por fim, a candidata da Rede, Marina Silva também, como os demais políticos, não apresentou alguma proposta que pudesse sanar os problemas que as casas culturais vêm enfrentando nos últimos tempos. Para a presidenciável, o norte de seu plano de governo é tornar o âmbito escolar um local atrativo para os jovens, com infraestrutura adequada, bibliotecas e apetrechos desportivos. Tudo com intuito de incentivar o interesse pelas culturas, novas línguas, arte, música, dança, audiovisual entre outras áreas.
A história resiste?
Após três longos anos de reforma e milhões em dinheiro, o Museu da Língua Portuguesa finalmente teve sua obra finalizada. Quanto ao Instituto Butantan, depois de sair do prédio na Cidade Universitária, em 2016, e ter ficado uma temporada no Paço das Artes, a coleção se fixou no casarão Nhonô Magalhães, no bairro de Higienópolis. Já o Memorial da América Latina, que teve 90% de seus itens danificados, se reergueu sete anos depois de seu acidente, em 2017.
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Um caso a parte de todos citados, o Museu do Ipiranga fechou suas portas em 2013 para uma reforma e até então segue fechado sem explicação clara. Levando em relação as propostas dos presidenciáveis, dois questionamentos ganham força: em quanto tempo o Museu Nacional se reerguerá? Essa cena irá se repetir ou vamos realmente aprender com a história?