Lançada em meio a petições de cancelamento e críticas, nesta sexta-feira (10) finalmente “Insatiable” chegou a Netflix . Protagonizada por Debby Ryan , conhecida atriz da Disney, a produção retrata a vida de Patty, uma adolescente gorda que perde mais de 30 quilos que resolve se vingar de todos que praticaram bullying com ela.
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Embasada no drama adolescente, principalmente na gordofobia, “Insatiable” usa o fator ódio, o mesmo elemento que fez crianças e adolescentes se apaixonarem pela franquia “Meninas malvadas”, porém, diferente do longa-metragem protagonizado por Lindsay Lohan, a série não decolou.
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No dia de sua estreia, a produção criada por Lauren Guess obteve o pico de assinaturas em sua petição de cancelamento - chegando ao número de 229 mil.
Para defender a série, a vice-presidente de conteúdo original da plataforma de streaming se pronunciou: “A mensagem do programa é que você se sinta confortável consigo mesmo”, no entanto, o iG Gente analisou a série e destacamos outros pontos negativos, além da maneira falha como lida com a gordofobia.
"Insatiable" e o humor fraco
Denominada como drama humorístico, a produção serializada ganha mais pontos pelo drama do que por seu humor. Vinda de uma família humilde, Patty tem problemas de peso e sofre inúmeros episódios de bullying por isso.
No entanto, após entrar em uma briga com um mendigo por um pedaço de doce, a menina vai parar no hospital e fica meses sem poder ingerir nada sólido, resultando assim em seu emagrecimento surreal.
O grande problema em tudo isso é que nada até aí é engraçado. Além disso, logo no primeiro episódio frases preconceituosas como “a magreza é mágica” podem ser identificadas.
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Temas ótimos pouco explorados
Por ser um drama adolescente, a série tem uma ambientação bem atual, e nada sobre isso pode ser criticado. Temas como gordofobia, homofobia, preconceitos raciais, entre outros são tratados com frequência, porém, não são nada aprofundados.
A melhor amiga de Patty, por exemplo, claramente tem dificuldades para assumir sua sexualidade, então, o que deveria ser um momento de didática, acaba se tornando um grande tiro ao alvo quando a menina passa a ser ridicularizada pela maior parte dos personagens por sua postura “lésbica”.
Tema central não correspondeu às expectativas
Como dito no início, a série possuía de sobra o elemento ódio, aquele que alimenta a vingança e faz de toda trama adolescente um humor mais divertido de ser acompanhado.
No entanto, após retornar triunfante e disposta a vingar-se de todos, a personagem de Debby Ryan, que alguns episódios a frente tenta ser uma estrela dos concursos de beleza, não emana nenhum sinal de fogo. Muito pelo contrário, ela parece esquecer de toda a humilhação que sofreu e a premissa principal da série, que é a vingança, se perde.
As únicas pessoas que sofrem com a ira de Patty são pessoas próximas a ela, como sua mãe, sua melhor amiga, seu padrinho e a esposa de seu padrinho. Dona de uma sensualidade avassaladora, a personagem de Debby tinha tudo para ser a sucessora de Regina George, porém, acabou no fundo do poço junto a Samara, de “O Chamado”.
Elenco fraco e gordofobia
Porém, não é só Patty que tem história, atuação e falas fracas e sem humor. Os personagens que orbitam ao redor da protagonista também apresentam dificuldades e dilemas sociais um tanto contestáveis.
Bob Armstrong (Dallas Roberts), por exemplo, apenas se interessa pela ex-gordinha por sua beleza estonteante e por que ela pode alavancar sua carreira no ramo de produtores de misses.
Coralee Armstrong (Alyssa Milano) é a típica socialite preconceituosa que faz de tudo para ser aceita na alta sociedade. Além disso, o filho do casal, Brick (MIchael Provost), só se interessa pela protagonista após seu emagrecimento.
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Por fim, mas nunca menos importante, apesar de ter feito de maneira falha, “Isatiable” reforça o estereótipo de que as gordas ficam descontroladas em busca de vingança quando emagrecem. Além disso, a trama também ressalta inúmeras vezes o conceito de “corpo ideal”, que previsívelmente é o magro e em forma.