Não foi um ano de grandes séries como se anunciava, ainda que as opções tenham sido vastas e inesgotáveis. O ano de 2017 trouxe o retorno de David Lynch à TV, viu a continuidade do fenômeno “Game of Thrones” que se caminha para o fim e promoveu um sem número de estreias. Algumas entraram para a nossa lista de melhores do ano que garantiu o retorno de algumas produções que já tinham dado as caras no ranking de 2016 .
Não há séries brasileiras na lista das melhores de 2017 do iG Gente . São quatro produções novas e três listadas em 2016 que se mantiveram no ranking que tem na décima posição a primeira colocada de 2016. Confira a lista!
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10 - “Game of Thrones” (7ª temporada)
A série mais hypada de todos os tempos não apresentou o nível de excelência que acostumou o público. A queda da primeira para a décima posição em nossa lista deixa isso bem claro. Mas a criação de David Benioff e D.B Weiss ainda reúne predicados suficientes para se manter por aqui. A escala épica da produção parece maior do que nunca à medida que os conflitos cultivados ao longo de sete temporadas caminham para uma resolução. Os efeitos especiais e o drama se alinham como jamais visto na TV.
9 – “The Young Pope” (1ª temporada)
Paolo Sorrentino alinhava uma narrativa que bifurca política e religião com intriga e ambição. “The Young Pope” é um primor por muitas razões, mas a excelência técnica combinada com a destreza das atuações e a inteligência dos diálogos coloca a série exibida por aqui pelo FOX Premium entre as grandes realizações do ano.
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8 - “The Deuce” (1ª temporada)
David Simon, criador da cultuada e premiada “The Wire” retornou com outra joia à HBO neste ano. “The Deuce” se ocupa do contexto social e cultural da Nova York dos anos 70 que viu a ebulição da indústria pornográfica. A primeira temporada encontra os personagens na rua. As relações com a máfia, as prostitutas e os cafetões, a engendragem do sexo enquanto matéria-prima para se fazer dinheiro. Muitíssimo bem realizada, da direção de arte à música, a série conta com James Franco, que vive dois personagens, mandando bem também na direção.
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7- “American Gods” (1ª temporada)
Bryan Fuller é um dos grandes nomes da TV Americana hoje. Produtor de séries como “Hannibal” e “Pushing Daises”, ele chamou para si a responsabilidade de dar vida no audiovisual à obra icônica de Neil Gaiman. E “American Gods” é um deleite. Ian McShane como Mr.Wednesday é um assombro e tudo na trama respinga criatividade e originalidade. A notícia de que Fuller está fora do 2º ano em virtude de divergências com o canal Starz – no Brasil a série é exibida pela Amazon – inspira preocupação.
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6 - “Insecure” (2ª temporada)
A série criada por Issa Rae se manteve na nossa lista porque como nenhuma outra ostentou leveza e bom-humor no trato de angustias modernas. Não obstante a série manteve a boa curadoria na discussão de temas de natureza racial sem pesar a mão na correção política ou abraçar tendências de ocasião. Autêntica e inteligente, mas com muito coração, “Insecure” é um dos retratos mais fidedignos de como a tal geração Y leva a vida.
5 – “Easy” (2ª temporada)
Outra série que se manteve na lista – e até na mesma posição. A antologia sobre relações modernas da Netflix voltou com ainda mais vigor e discutiu feminismo, sexo, paranoias ensejadas por avanços tecnológicos, vaidade, hipocrisia, entre outras coisas, com propriedade e assertividade.
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4 - Twin Peaks (3ª temporada)
O aguardado retorno de David Lynch à televisão valeu cada segundo. Surtada, inflexiva e frequentemente surpreendente, a tardia 3ª temporada “Twin Peaks” é a prova viva de que panela velha é que faz comida boa. Influente em muita coisa que veio depois, a série mostrou-se relevante e brindou os fãs com uma trama tão maluca e mesmerizante como fizera no passado. A singularidade de David Lynch sempre vale a pena.
3 - “The Leftovers” (3ª temporada)
“The Leftovers” está para a televisão americana como Platão está para a filosofia. A última temporada da produção criada por Damon Lindelof e Tom Perrota foi justamente a sua melhor. A vocação para reflexões de cunho filosófico sobre a existência humana nunca esteve tão bem talhada. Na série, 2% da população desaparecem abruptamente e isso provoca reações em todo o mundo. A inteligência com que essa mesma questão é trabalhada nas três temporadas é um alento. A temporada final manteve a melancolia característica da série e ofertou alguns dos melhores momentos da TV em 2017.
2- “Big Little Lies” (1ª temporada)
A quinta e mais bem colocada produção da HBO na lista tem conquistado todos os prêmios da temporada com merecimento. A minissérie convertida em série traz um elenco primoroso de atrizes – e alguns bons atores – para contar uma história feminina com ponto de vista feminino e cativa com muita honestidade e conflitos interessantes. A trama de assassinato atrapalha um pouco, mas não compromete.
1 - “Narcos” (3ª temporada)
As chances da 3ª temporada de “Narcos” ser boa ou bem recebida não eram promissoras, mas a série soube se reinventar sem Wagner Moura e Pablo Escobar e na era do binge watching entregou uma temporada coesa, cheia de ação e suspense, com personagens interessantíssimos e fez a audiência salivar enquanto devorava a temporada em um piscar de olhos. Foi o melhor ano da mais assistida produção da Netflix em 2017.