Apesar de ainda ser considerado tabu na sociedade, o sexo tem muitas representações no cinema. Seja nos filmes românticos, nos dramas, aventuras ou comédias, os personagens das telonas se relacionam – e muito - na cama. Entretanto, algumas situações já estão saturadas e acabam cansando as mulheres que cada vez mais conquistam seu protagonismo na sétima arte.
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Da falta de camisinha à falta de prazer feminino, confira dez coisas que as mulheres não aguentam mais ver no cinema sobre o sexo:
Sexo não espanta DR
Em relacionamentos, discutir a relação acaba sendo, muitas vezes, uma necessidade do casal, que muitas vezes o cinema mostra como uma questão apenas das mulheres. Além disso, os filmes colocam como solução para estes momentos mais tensos o sexo. Muitas das lavagens de roupas sujas dos casais terminam na cama, como uma forma de evitar que os conflitos sejam de fato falados e resolvidos. Ashton Kutcher em “Jogando com Prazer” é um craque em transformar seus jogos de disputas em sexo e o casal icônico de "Diários de Uma Paixão" transformam seus conflitos em beijos intensos. Até mesmo no filme de ação “Sr. e Sra. Smith” uns bons amassos chegam a salvar a vida de ambos.
O romance da primeira vez
A primeira vez no sexo é definitivamente um dos grandes temas do cinema e rendem muitos filmes com a temática. Entretanto, a maioria deles retrata esse momento que já é complicado para muitas mulheres de uma maneira problemática. Muitas vezes as cenas mostram que a primeira vez ao se fazer sexo é simples e que não há tantas questões envolvidas ali, como a insegurança ou o desconhecimento do próprio corpo. Entretanto, apesar da romantização, ainda há alguns filmes como “A Primeira Vez”, que tenta buscar retratar a complexidade desta fase.
Gozar: o fim do sexo
Talvez um dos maiores mitos do cinema em relação ao sexo que as mulheres não aguentam mais é a ideia de que quando um homem atinge o ápice do seu prazer, o sexo acabou. Na broxante cena de sexo entre Elizabeth (Cameron Diaz) e Scott (Justin Timberlake) em “Professora Sem Classe” a ideia presente em muitos filmes fica evidente. O jovem não se preocupa em nenhum momento com o prazer da parceira, só em gozar logo. O sexo é tão tedioso que a personagem não faz nenhuma expressão de prazer durante o ato e prefere ir embora logo depois do ápice desajeitado do parceiro.
Gemido sinistro
Às vezes é até bom diminuir o volume da televisão quando uma cena de sexo de Hollywood toma tela. Inacreditavelmente, na primeira penetração as mulheres já começam a sentir um prazer estrondoso como se estivesse atingido o orgasmo ali mesmo em poucos segundos. Sons um pouco longe da realidade são encenados em diversos filmes, como em “Ressaca do Amor” que representa muito bem como os casais no cinema podem ser muito esquisitos na cama.
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Duas mulheres também são pares românticos
A juventude realmente é uma fase em que os hormônios estão à flor da pele e explorar a sexualidade é quase uma regra. Se a vida imita a arte ou a arte imita a vida, o cinema não deixou de trazer a temática para as telonas, como nas comédias de “American Pie”. Majoritariamente com protagonistas homens, um romance ali ou aqui sempre acaba rolando apesar do sexo sem compromisso ser o motor destes vínculos. Não há nada de errado em se relacionar com muitas pessoas, mas o problema surge quando há a sexualização de casais lésbicos. Relações entre duas mulheres são sempre retratadas como fetiche sexual dos homens protagonistas no cinema e quase não há espaço para que, mesmo como personagens secundários, duas mulheres possam realmente se amar, assim como acontece na vida real.
Gordas também fazem sexo e são sensuais
O problema de representatividade no cinema ultrapassa fronteiras, mas quando o assunto é sexo uma coisa fica bem clara: quem transa só são mulheres que estão dentro do padrão de beleza. Magras, altas e esbeltas, essas atrizes acabam protagonizando cenas de sexo em que muitas vezes assumem papéis pra lá de sensuais. Já com as mulheres gordas, a história é diferente. Em “O Amor É Cego”, a representação disso fica óbvia: Rosemary, namorada do protagonista Hal (Jack Black) enquanto vista como magra tem a sua sexualidade bastante ativa, já quando vista gorda, todo o seu “sex appeal” desaparece, como se ela não tivesse possiblidade de ser sim sensual do jeitinho que é.
Cadê a camisinha?
O mundo de Hollywood definitivamente já fez mais filhos que o mundo real! O uso da camisinha em muitas cenas de sexo nos filmes é sequer mencionado. Mesmo que os personagens mal se conheçam, ninguém se preocupa com métodos contraceptivos ou com doenças sexualmente transmissíveis. Seja na comédia, na ação ou na aventura, os personagens apenas não se importam. Mas há exceções, como Sr.ª June George (Amy Poehler), que não se sentiu envergonhada para entrar no quarto de sua filha Regina George (Rachel McAdams) em “Meninas Malvadas” e oferecer pacotes com o preservativo quando o clima esquentava por lá.
Nudez seletiva
Os diretores de cinema talvez levaram muito a sério a ideia de mamilos polêmicos e não sabem mais o que gravar além deles. Nas cenas de sexo o corpo das atrizes mulheres muitas vezes é explorado pelas lentes das câmeras, enquanto a nudez masculina não. O enquadramento sempre dá enfoque nos seios das mulheres, não importa qual seja a circunstância. Já os mais ousados não se sentem acanhados de exibir um nu frontal dessas atrizes, de forma a sempre resguardar a imagem masculina.
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Preliminares são importantes
O sexo oral ou a masturbação em um homem são bastante exibidos no cinema, mas o mesmo não acontece com a mulher. É um filme ou outro que um personagem se preocupa em esquentar as coisas para que não haja problemas mais tarde com a lubrificação. Mas os personagens homens parecem não estar tão preocupados com isso...
Homens e mulheres heterossexuais podem ser APENAS amigos
Por último, mas não menos importante: nem toda relação entre homem e mulher precisa terminar em sexo. Muitos filmes constroem personagens que são heterossexuais e que criam entre si uma tensão sexual inexplicável. De amigos, eles passam por amantes em um relacionamento que pode – ou não – dar certo. Mas na realidade, está tudo bem ter um amigo homem, nem todas as relações do cinema precisam ser como em “Amizade Colorida”.