Foto: Divulgação
Mesa com a jornalista Cristina Serra com mediação de Elisa Dinis
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E digo social porque é engraçado como muitas vezes a gente se esquece que uma tragédia ambiental
, como o rompimento das barragens e as queimadas, não traz consequências apenas ao ecossistema (o que já é uma catástrofe por si só), mas também toda uma questão social envolvida. A gente esquece que pessoas moram próximo daqueles locais afetados.
Durante a mesa “Jornalismo ambiental em tempos de retrocesso”, que participei junto à jornalista e escritora Cristina Serra
, uma mulher se levantou e fortemente defendeu seu quilombo, explanando tudo que estavam passando. Foi forte para mim ouvir aquilo tão de perto e, pela primeira vez, pude ter uma consciência maior sobre o quanto socialmente eles são afetados por essas catástrofes
.
A Feira toda tem uma atmosfera diferente de tudo que já presenciei quanto profissional do livro. É quase uma aura de luta, sabem? De resistência, debates sociais, ambientais, presenças fortes. É ativismo
puro.
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Foto: ALEX RIBEIRO
Conceição Evaristo esteve na Pan-Amazônica
A feira ainda contou com presenças extremamente importantes como a escritora Conceição Evaristo
, que sabiamente traz a questão de classe e da mulher em seus textos. E também, só a sua presença já traz consigo um silêncio de admiração.
Teve temas como “Mulheres afroamazônicas, empoderamento e luta por espaços políticos”, com auditório lotado com mulheres ativas e ávidas por conquistarem seu espaço. A mulher, aliás, foi o centro de várias mesas – e que bom que foi assim.
E ainda trouxe a participação internacional da autora franco guianesa Myrtô Ribal-Rilos
, que com a sua obra Pierra traz à luz a transmissão dos saberes em sociedades amazônicas e Grande Caribe.
Teve também dança típica que eu só conhecia pela novela, teve espetáculo teatral, contação de histórias e shows regionais. Uma feira realmente das multivozes.
Que feira, senhores, que feira! Saí de lá submersa naquela atmosfera de luta, transformada por tudo que vi e ouvi. Os frequentadores buscavam por conteúdo, mantendo todas as atrações lotadas e bem participativas.
Como é fantástico poder ter tido essa experiência! Sou grata e feliz por tudo que o livro
ainda me proporciona. São feiras como a Pan-Amazônica
que me fazem acreditar na transformação que a literatura pode proporcionar.