"45 do Primeiro Tempo" é o livro de Patrick Santos que questiona qual é o sentido da vida e sobre qual o propósito do seu trabalho em sua vida
A leitura do livro "45 do Primeiro Tempo" (Literare Books), do jornalista Patrick Santos , veio muito de encontro com que tenho pensado sobre carreira nos últimos meses. Primeiro que embora eu sempre tenha sido uma defensora da pluralidade profissional, também fui uma adolescente obrigada a escolher uma carreira aos 17 anos e que a vida me levaria a me aperfeiçoar e a me dedicar a essa escolha.
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Com mais maturidade e uma década de exercício da profissão de jornalista, vários questionamentos têm passado pelo minha cabeça: Por que não posso experimentar outras profissões? Por que a gente precisa necessariamente escolher algo tão jovens e se dedicar a isso anulando tantas outras habilidades?
Parece até uma discussão filosófica, e talvez seja, mas tenho percebido essa necessidade de repensar a própria carreira muito mais frequente, ou mais divulgada por conta das redes sociais.
Tenho visto amigos mudarem radicalmente de rumo, tendo a crise do mercado como fator determinante, mas também por coragem de exercer algo que estava guardado há tantos anos. E no caso do autor Patrick Santos vem a coragem de pedir demissão de um emprego em que ele não estava mais motivado, mais vendo objetivo, e pasmem: com 24 anos de empresa!
Esse lance de trabalhar com estabilidade em uma empresa por décadas vem muito da geração da minha mãe, onde o que importava para ela era que eu passasse em um concurso público ou fosse bancária. Bancária, aliás, era o sonho suprassumo dela. Mas nunca gostei de criar raízes e isso se mostrou bem característico da minha geração. E cada vez mais a velocidade da mudança estará presente.
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Patrick se permitiu um ano sabático para resolver inclusive algumas arestas familiares e também desacelerar daquela rotina que nos engole sem nem nos deixar sentir o sabor. E essa rotina é tão cruel que reprime nossas outras habilidades fazendo com que a gente as trate como hobby ou lazer, quando na verdade poderiam até ser também uma profissão.
Claro que um ano sabático exige uma preparação financeira. Não dá para você pedir demissão e viver do vento com as contas vencendo. Mas dá para repensarmos o modo que enxergamos as carreiras, o mercado e nos permitirmos experimentar muito mais e nos abrirmos para novas oportunidades e conhecimento.
Adoecemos socialmente e sinto que isso só tende a piorar. As empresas querem mais e mais de nós, o que aumenta ainda mais nossa cobrança interna.
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Assim como o Patrick Santos , o Antônio, a Meire, a Juliana, e tantos outros por aí, precisamos nos enxergar e nos permitir mudar. Desacelerar também é importante para que possamos repensar nossa saúde profissional, seja com um ano sabático, diminuindo o ritmo do dia a dia ou mesmo com uma mudança de área.