Se existe uma coisa que sempre foi objeto de discussão na indústria musical é a arrecadação.
Na época em que o formato físico - incluindo vinil, CD e fita cassete - tangível por natureza, já causava discussões em torno de quanto um artista vendia e quanto que a indústria lucrava, imagine, então, em uma época em que a música é intangível.
É o caso do Spotify, a plataforma de streaming mais popular do planeta, que ficou "furiosa" ao conferir os dados da fintech musical Duetti, que revelou na última semana os dados de pagamentos de royalties musicais.
Nele, a Duetti c hegou à conclusão que os ganhos efeitos por plays (quando você aciona uma música para ouvi-la) estão entrando em estabilidade após anos de declínio, com valores que estavam despencando em 2% ano a ano. Hoje, essa porcentagem está bem mais alta.
Para se ter uma ideia, quando uma música recebe 1.000 plays, ela gera o valor de US$ 3,41, de acordo com informações da Duetti.
Essa taxa de transmissão, segundo o relatoria da Duetti, aponta que a Amazon Music é a empresa que mais paga por play, ficando à frente das concorrentes diretas Apple Music, YouTube e a já citada Spotify.
Outro ponto importante observado no relatório é a influência direta do TikTok na música: De 1% das faixas que se tornaram "virais" nesta plataforma vídeos, 15% delas constatam um crescimento significativo no streaming a longo prazo.
Ou seja: os fãs inserem uma faixa de um determinado artista da qual é fã em um de seus vídeos no TikTok. Então, esse mesmo vídeo começa a viralizar. O artista, então, começa a perceber que essa mesma faixa aponta um crescimento em média de 30% no Spotify, em relação à fase pré-viral.
Mas o Spotify não concordou de forma alguma com esses resultados.
O serviço de streaming explicou que as amostras de dados de arrecadação de royalties fornecidos pela Duetti são "ridículas e infundadas" , porque entendeu que os pagamentos realizados pelo Spotify estão mantendo as taxas do setor baixas, quando comparadas com Amazon Music, YouTube e Apple Music.
“Essas alegações são ridículas e infundadas. Nenhum serviço de streaming paga por stream porque essa abordagem incentivaria os serviços de streaming a minimizar os streams. Isso significaria baixo engajamento, menos conexões
com artistas e pagamentos gerais mais baixos” , disse um porta-voz do Spotify como publicado no Music Ally.
“Em vez disso, adotamos a abordagem oposta. Queremos que os usuários se envolvam mais para que paguem mais – tanto permanecendo quanto escolhendo premium. Temos orgulho de ser o líder em pagamentos totais, mas isso não acontece por acidente; é por design” , reforçou.
E complementou: “Além disso, não apenas contestamos os números e as 'estimativas' não atribuídas em geral, mas rejeitamos a premissa do relatório porque ela está fora de sintonia com a realidade de como a indústria funciona.”
Provavelmente, o Spotify acaba entrando em uma classificação baixa no pagamento de royalties por causa de sua assinatura gratuita, fazendo com que esse cálculo diminua.
Até 2024, o Spotify contava com 252 milhões de assinantes premium em todo mundo, com mais de 400 milhões de usuários gratuitos. E ainda que a Duetti tenha apresentado tais resultados em seu relatório anual, a plataforma ainda é reconhecida como a maior pagadora de royalties de streaming, tanto para a indústria, quanto para os artistas e gravadoras.