Após uma curta, porém bem-sucedida, temporada paulistana, "80 – A Década do Vale Tudo – Doc. Musical", protagonizado por Sandra Sá, retornou ao Teatro Claro Mais, na zona oeste do Rio de Janeiro, nesta quinta (7), com algumas novidades. Uma delas é a chegada de Beto Marden ao já afiado elenco.
Fã da trajetória da dona dos hits "Joga Fora" e "Retratos e Canções", o paulistano de 42 anos, repleto de experiências profissionais como ator, cantor, apresentador, repórter, economista e empresário, concedeu uma entrevista ao site, exteriorizando sua alegria de poder fazer parte do projeto. Ah, e detalhe: o bate-papo ocorreu durante os intervalos dos ensaios. Confira na íntegra!
1. O que toca dos anos 80 na sua playlist ?
Tem muita coisa especial, desde Xuxa Meneghel, passando pela Turma do Balão Mágico, até Guns N' Roses e Legião Urbana. Sem contar os de sempre: Madonna, Michael Jackson, Abba e Queen.
2. Fale sobre a oportunidade de dividir a cena com Sandra Sá e como surgiu o convite para integrar o "Doc. Musical".
Ele veio do diretor, meu amigo Frederico Reder. Nós nos conhecemos há vinte anos e foi numa circunstância como esta: substituição em uma de suas produções.
No caso atual, Beto Macedo precisou sair para cuidar do joelho. Foi quando Frederico me chamou. É um desafio inspirador aprender tudo em duas semanas.
E o que é estar ao lado da Sandra? Não há inspiração maior, sem dúvidas. 68 anos de puro talento e vitalidade. Uma grande honra!
3. O que o motiva a dizer "sim" para um trabalho e/ou personagem?
A possibilidade de crescer como artista e ser humano. No teatro, ainda tem a paixão pelo palco e o seu poder de nos tocar, para, então, tocarmos o público ali na hora. O prazer de fazer o que se ama é bom demais.
4. O que diria para os jovens atores e atrizes que estão começando em um meio tão competitivo, no qual, muitas vezes, o número de seguidores vale mais do que o dom?
Acredito que nada pode ser mais forte do que a vocação aliada à dedicação. Como diretor e produtor, em uma audição, por exemplo, naturalmente sempre me chamarão atenção os carismáticos e preparados. Portanto, estudar e se reciclar é essencial.
Assistir a produções diversas nos inspiram e nos ajudam a desenvolver senso crítico, sendo este último de extrema importância para que o artista saiba como está o mercado e quais áreas pode melhorar. Até porque tem que atuar, cantar, dançar e sapatear.
5. Como consegue conciliar uma carreira tão plural?
Exatamente por ser variada e sempre fazer algo diferente, sinto que conciliar tudo é mais tranquilo e divertido do que se fizesse uma única coisa.
6. Em um dos atos, você aparece de cropped, tendência que tirou o guarda-roupa masculino da mesmice e conquistou adeptos entre os famosos. É um item que faz a sua cabeça?
Assim como nos anos 80, hoje o cropped também é moda. E sempre continuará em alta se a pessoa que optar por usá-lo se sentir bem. Eu, Beto, gosto de camisetas mais compridas, mas porque sou baixinho.
7. Madonna ou Menudo, qual desses ícones oitentistas é mais fácil interpretar?
Cada um deles me propõe um desafio. Ainda não dá para elencar o simples e o descomplicado, mas posso afirmar que ambos estão sendo prazerosos.
8. Como avalia as novas gerações que se formam para atuar em musicais?
Tem uma garotada boa de São Paulo e de outras capitais chegando às audições e aos palcos, há muitas escolas pelo Brasil. A indústria cresceu demais nas últimas duas décadas.
9. Você acha que o setor cultural está em um bom momento?
Acho que resistir à pandemia e viver a retomada fizeram a classe artística se fortificar. E o público, a chave para o negócio, está se formando cada vez mais.
10. Agora, a pergunta que não quer calar: a transformação radical em seu cabelo foi devido a uma atividade específica ou à vontade de querer mudar o visual um pouco?
Eu já raspei diversas outras vezes. Estou satisfeito, desta vez, talvez pela idade, me sinto melhor do que nunca. E está funcionando bem no aspecto profissional e, principalmente, no pessoal.