Léa Garcia
Yan São Thiago
Léa Garcia


Um olhar sobre a história de uma das grandes damas da dramaturgia brasileira. Assim pode ser descrito o título "Entre Mira, Serafina, Rosa e Tia Neguita: a Trajetória e o Protagonismo de Léa Garcia" (Editora UEA, 236 páginas, R$ 60,00), de Julio Claudio da Silva, que ganhará concorrida noite de autógrafos em 26 de junho, a partir das 19h, na Livraria da Travessa, em Botafogo, na zona sul carioca.

O recorte cronológico do projeto literário enfoca especialmente o início da atuação de Léa no Teatro Experimental do Negro (TEN), a estreia no elenco de "Orfeu da Conceição" e a elogiada participação no longa "Orfeu Negro", de 1959, que lhe rendeu o segundo lugar na disputa pelo prêmio de "melhor atriz" no Festival de Cinema de Cannes.

Obra conta trajetória de Léa Garcia
Divulgação

Obra conta trajetória de Léa Garcia

Com expressão e olhar marcantes, a artista fez o papel de uma das mais conhecidas antagonistas da televisão: Rosa, da novela "Escrava Isaura", adaptada por Gilberto Braga, em 1976, que, aliás, foi exibida em mais de oitenta países e continua sendo comercializada pelo mundo. Atualmente, ela segue na ativa, arrancando aplausos do público e elogios da crítica.

"'Escrava Isaura' é o meu cartão de visitas. Senti dificuldades em fazer cenas de maldade com a Lucélia Santos. Lembro-me de uma em que, quando a Rosa acabou de praticar todas as perversidades com a Isaura, eu tive uma crise de choro, me pegou muito forte. Chorei, não com pena, mas porque me tocou", recordou a carioca, que transformou a vida e a arte em uma bandeira contra o preconceito e o machismo estruturais.

Na época em que viveu a vilã Rosa em 'Escrava Isaura', em 1976
Divulgação
Na época em que viveu a vilã Rosa em 'Escrava Isaura', em 1976

Só para se ter ideia do poder e da vivacidade: no ano passado, a veterana percorreu os palcos do Rio de Janeiro e de São Paulo, com o espetáculo "A Vida Não é Justa", ao lado de Emiliano Queiroz. Além disso, estreou o filme "O Pai da Rita" e está a pleno vapor, gravando a terceira temporada da série "Arcanjo Renegado" para o Globoplay.

Léa Garcia
Yan São Thiago
Léa Garcia

"Ao mesmo tempo, a obra ilumina o universo das artes cênicas como lugar privilegiado de observação do racismo, do seu enfrentamento e de exercício de agência por parte de sujeitas e sujeitos históricos capazes de protagonizarem rupturas com padrão de exclusões ao construírem suas carreiras, na década de 1950", afirmou Silva, que também escreveu "Ruth de Souza – Uma Estrela Negra no Teatro Brasileiro", em 2015.


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