Matheus Mad
Bruno Baketa
Matheus Mad


Como parte das comemorações dos seus dez anos de estrada, Matheus Mad lançou a minissérie "Apartamento 702" no Woohoo. O audiovisual, que tem sua autoria, roteiro e produção e é dividido em seis episódios, conta a história de um assassinato em que um corpo encontrado num edifício coloca toda a vizinhança sob suspeita. 

Segundo ele, que respira arte de diferentes maneiras, a série é feita por uma equipe ótima e com um elenco que é a nata da comicidade nacional. "Ainda bem que encontrei pessoas boas e cheias de talento que confiaram na minha ideia e me apoiaram. O resultado está aí. Sucesso de audiência", enfatizou durante o animado e descontraído bate-papo com o site.

Matheus Mad
Bruno Baketa
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Aos 25 anos, o ator, humorista, roteirista e produtor carioca ainda faz parte, desde 2019, do badalado "Porta dos Fundos", sendo responsável pelo conteúdo dos vídeos do coletivo que já alcançaram milhões de visualizações, como "Tô Vacinado", "Peçanha contra Juliette" e "Teste de Covid", só para citar alguns exemplos. 

Empreendedor, em setembro de 2021, durante a pandemia, o artista inaugurou a Casa da Comédia Carioca, onde acontecem shows de stand-up comedy de novatos e nomes famosos, como Hélio de la Peña e Fabio Porchat. Paralelamente a isso, fundou e é sócio-diretor da Ambulare, produtora que já desenvolveu mais de vinte projetos desde 2018. 

Matheus Mad
Bruno Baketa
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Integrante dos grupos "Os Caras" e "Senso de Humor", em seu currículo constam atuação na terceira temporada do seriado "Pink — Amor de Verão", do Prime Video, e trabalhos na equipe de grandes canais do YouTube, como "Gil Brother Away", "Marcelo Madureira", "Casseta e Planeta" e "Contraditórios". Confira os melhores trechos da entrevista exclusiva!  








Matheus Mad
Bruno Baketa
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1. Vivemos uma mudança de comportamento drástica que reflete até em piadas do nosso cotidiano. Como é fazer graça nesse momento de novas percepções do que pode ou não ser pauta?

Acredito que o humor sempre acompanha a sociedade. Acho que, quando esta altera o modo de ver as coisas, de agir, de lidar com suas próprias questões, ele deve assimilar e mudar de chave conforme o mundo vai evoluindo. 

Mas cabe a nós entender que o ato de contar uma boa história com uma pegada humorística é transgressor, serve para quebrar barreiras e, às vezes, tem até mesmo a capacidade de chocar para chamar atenção e mostrar alguma coisa errada que está acontecendo.

2. Aliás, há limite no humor ou não?

Para mim, nunca vai ter. Limitar uma arte é restringir uma forma de se expressar, de se comunicar. Ela tem que andar sempre na contramão da censura. Se existir alguma moderação, tem que ser aplicada também para o terror, o drama e o romance.

Matheus Mad
Reprodução/Instagram
Matheus Mad


3. Infelizmente, temos pouquíssimos humorísticos na TV aberta hoje em dia. Como observa essa escassez e a que atribui a ausência de programas?

Olha, eu acho que o formato vem ganhando espaço nas mídias. O stand up comedy foi o gênero mais visto em teatros no ano passado. O texto satírico está presente em quase todas as publicidades dos meios digital e convencional, e as maiores bilheterias de cinemas e streamings são voltadas a ele. 

Na televisão, creio que não é diferente. Também desperta a audiência, e acredito que os magnatas descobriram que vende, que gera dinheiro, então acho que, por isso, o investimento é forte. Mas concordo que ele poderia ser mais bem explorado pelos grandes canais. A comédia passou por um processo de deterioração, principalmente na TV aberta, pela má gestão e pela ausência de opções de qualidade disponíveis.

Fora as polêmicas que cercaram muitos nomes de destaque ultimamente. Mesmo assim, estamos retomando o espaço de forma gradativa e mostrando que pessoas ruins e conteúdos irrelevantes existem em qualquer lugar, e um segmento não deve ficar esquecido por erros de terceiros.

4. Em contrapartida, você acabou de lançar "Apartamento 702" num canal fechado. Quais os obstáculos e as vantagens?

Acho que os desafios são sempre os mesmos quando é um trabalho mais independente, por exemplo, fazer alguém acreditar no potencial do projeto e ir contigo nessa viagem (risos). Ainda bem que no Woohoo encontrei pessoas boas e talentosas que confiaram na minha ideia e me apoiaram. 

O "Apartamento 702" é feito por uma equipe ótima e com um elenco que é a nata da comicidade nacional. Quando se dá espaço para criação, incentivo e confiança, o resultado está aí. Sucesso de audiência. 

Matheus Mad lançou a minissérie 'Apartamento 702' no canal pago Woohoo
Reprodução/Instagram
Matheus Mad lançou a minissérie 'Apartamento 702' no canal pago Woohoo


5. Com 25 anos de vida e dez de carreira, acha que a aparência mais jovem interfere de alguma forma na sua credibilidade no mercado?

Sim. Muita gente estranha quando vê uma pessoa nova no comando de alguma coisa. Mas eu deixo minha competência falar por si só e acho que idade não define caráter, assim como gênero, cor de pele e outros fatores. Ainda é um motivo de comentário, mas o bom trabalho nunca vai ser superado.

Ironicamente, nunca sofri isso com comediantes, mas, sim, com diretores e produtores. Alguns valorizam mais a experiência, o curso profissionalizante ou o ator famoso que te deu workshop do que o talento de fato.

6. Temos visto muitos humoristas indo parar no elenco de novelas, como Marcelo Adnet, Welder Rodrigues, Rafael Infante etc. Sonha em atuar em algo desse tipo?

Adoraria! Inclusive, me esforço para isso um dia acontecer. Não é melhor apenas financeiramente, mas também em questão de exposição. Estar em uma grande produção te abre um leque para você crescer e conseguir realizar depois seus próprios propósitos. É incrível!

Matheus Mad no palco da sua Casa da Comédia Carioca
Reprodução/Instagram
Matheus Mad no palco da sua Casa da Comédia Carioca


7. Você integra a equipe do "Porta dos Fundos", certo? Como vê a força da internet para a arte?

Creio que ela foi responsável por muitas coisas na nossa modernidade. Boas e ruins, né? (risos). Uma plataforma que dá possibilidades para ser independente, o que é ótimo. Ninguém precisa mais de um palco, de um produtor, de uma grana para bancar um teatro. 

Acho que é um espaço bom e que deve ser reconhecido, sim, mas não singularizado. Vejo um movimento do público de valorização somente do artista que tem engajamento, quando, na verdade, o importante é o seu talento, e não quantos seguidores ele tem.


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