Marcos Lanza
Felipe Quintini
Marcos Lanza


De hebreu/egípcio a dono de ópera, passando, inclusive, por um velhinho roqueiro e uma drag queen, Marcos Lanza é conhecido por sua versatilidade e explora sua veia cômica com facilidade. Contudo, é na pele de personagens sérios que se sente mais desafiado, a exemplo de Franz Kafka, sua interpretação recente, que conta a história verídica do encontro entre o literato e uma garotinha. Esta precisa aprender a lidar com a dor da perda de sua boneca e o entendimento de muitos sentimentos, enquanto ele reavalia, em seus últimos instantes, os seus 41 anos.

Marcos Lanza e Bibi Valverde
Caio Gallucci/Divulgação
Marcos Lanza e Bibi Valverde


Aliás, se, durante o período diurno, de quinta a domingo, o artista assume a forma de um "carteiro de bonecas", no noturno, nos mesmos dias, é contemplado como Moracy do Val, produtor e jornalista conhecido pelo ofício com o grupo Secos e Molhados, liderado por Ney Matogrosso, o homenageado da peça que realiza sua segunda temporada paulistana. "Analisando esse momento, sempre penso como é maravilhoso para mim, como ator, poder estar em dois projetos distintos e que me provocam e estimulam em lugares igualmente diferentes", destacou durante bate-papo com o site.

Marcos Lanza está no elenco de 'Homem com H', sobre a vida e a carreira de Ney Matogrosso
Adriano Doria/Divulgação
Marcos Lanza está no elenco de 'Homem com H', sobre a vida e a carreira de Ney Matogrosso


Entre estudos, ensaios e apresentações, Lanza ainda encontra tempo para se dedicar ao audiovisual — uma antiga paixão, alimentada desde a infância. Também está entre os cem jurados do "Canta Comigo", exibido pela RecordTV, onde usa o conhecimento adquirido ao longo de seu percurso para avaliar quem sobe ao palco comandado por Rodrigo Faro aos domingos. Confira o resultado do bate-papo na íntegra!


Marcos Lanza no 'Canta Comigo'
Antonio Chahestian/RecordTV
Marcos Lanza no 'Canta Comigo'


1. Como e quando descobriu seus primeiros talentos e optou por seguir na área artística?

Acho que, desde muito cedo, já queria fazer novela, pois assistia a elas e sempre cantei com meu pai. Então não me lembro quando, de fato, aprendi a cantar porque foi uma coisa natural. 

E a vontade de ser famoso me estimulava a participar dos eventos na época da escola, dançava, cantava, era orador, fazia tudo que aparecia! Minha mãe dizia que eu soltava a voz na frente do espelho, fazendo da escova de cabelo um microfone (risos). Mas só fui estudar teatro e lapidar minha técnica vocal efetivamente aos 20 anos. 

2. Seu primeiro grande protagonista chegou quando completou duas décadas de carreira, certo? Esse fato tem um gosto especial?

Sim, na verdade, vejo como a consolidação de anos de trabalho e estudo dedicados à arte! Acredito que tudo que plantamos colhemos, não importa quando nem como. Percebo que estou mais preparado, e esse "gosto especial" vem com mais sabor justamente por conta de todas as experiências somadas.

Marcos Lanza em 'Kafka e a Boneca', do qual é protagonista
Caio Gallucci/Divulgação
Marcos Lanza em 'Kafka e a Boneca', do qual é protagonista


3. Como foi seu processo de preparação para compor Franz Kafka, em "Kafka e a Boneca"? 

Primeiro me senti lisonjeado com o convite dos autores e diretores Marllos Silva e Daniel Rocha. A partir daí, pensei: "Tenho que dar o meu melhor", mesmo sabendo que seria desafiador interpretar alguém icônico mundialmente. Kafka é conhecido pelo seu olhar complexo sobre o ser humano, escritor denso e melancólico que retratava os dramas psicológicos dos seus personagens.

Contudo, como queria buscar outras características, comecei o meu processo lendo algumas biografias e teses. Assisti a um documentário alemão, no qual atores narravam o seu cotidiano, seu modo de viver, entre outras coisas, e isso foi me dando embasamento para traçar o meu próprio Franz, só que, no meu caso, para o universo infantil!

Marcos Lanza em 'Kafka e a Boneca'
Caio Gallucci/Divulgação
Marcos Lanza em 'Kafka e a Boneca'


Busquei criar algo que conversasse com os pequenos e com os pais deles, já que é uma montagem que aborda as relações e dialoga com todos os públicos. 

4. Você vem conciliando dois musicais com as gravações do "Canta Comigo". Como lida com essa rotina?

É uma maratona que exige muito física e mentalmente de mim. A correria é grande, mas amo demais tudo isso! Gosto do desafio de poder viver inúmeras coisas no meu dia. Ora sou o Kafka, ora estou no universo do Ney Matogrosso e ainda vivo a aventura de que é poder compartilhar conhecimento e, de quebra, aprender coisas novas estando no programa do Faro. A experiência, sem dúvida, me dá possibilidades de crescimento enquanto ser humano e profissional.

Marcos Lanza no 'Canta Comigo'
Divulgação
Marcos Lanza no 'Canta Comigo'


5. Você integra a bancada das duas versões do "Canta Comigo". Usa os mesmos critérios para avaliar os inscritos? Como é o Marcos Lanza nessa posição? 

Acho que sim, só que em proporções diferentes, até porque a maneira de dar opinião se diferencia. Não podemos ter um olhar de exigência dos teens ao que, por vezes, um adulto nos oferece por questões de vivência, se bem que as crianças nos surpreendem cada vez mais com um talento de gente grande, sabe? Elas parecem já ter um chip do conhecimento (risos).

O meu critério é o mesmo em relação ao que o candidato está mostrando ali. Na exibição, observo se está conectado com o seu propósito e se canta com seu coração e com sua verdade. São dois pontos que mais importam para mim, independentemente de técnica e idade. Então, basicamente, se me move e me emociona, canto junto!


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