Apesar de não pactuar com a postura adotada por Cássia Kis, a Cidália, de "Travessia", da Globo, Betty Faria pediu para que os usuários do microblog não a atacassem e assumiu um tom conciliador por meio de um post publicado no último dia 12. "Como democrata que sou, mesmo discordando de tudo, acho que a Cássia tem o direito de dizer o que pensa e sente" — ou, em suas palavras, "estaríamos repetindo a censura da época da ditadura militar".

Mas, passados exatos sete dias, o comportamento da intérprete de "Tieta", que, de certa forma, simboliza um dos principais pontos do discurso do novo presidente — a união de diferentes para o bem do Brasil — foi anulado e retornou à estaca zero. "Eu estava errada ao proteger o direito da colega de profissão de dar opiniões destrutivas à nossa democracia. Desculpem-me, por favor. Acho que tanto ela [Cássia] quanto os outros merecem punição".

Conforme era esperado, o posicionamento acabou dividindo posições na web. "Bem que eu achei que a Betty 'faria' um pedido de perdão, pena que a Cássia não 'kiss'", pronunciou o primeiro, numa clara referência aos sobrenomes das artistas. O segundo deu uma cutucada nas entrelinhas: "Como é bom se justificar e sair querendo correção para todos. Muito digno!". Já o terceiro elogiou: "Parabéns pelo nobre ato de se retratar, que é tão humano quanto o de errar".

Com ideais alinhados ao bolsonarismo, Cássia Kis vem incendiando a mídia nas últimas semanas com declarações contra o aborto, os casais LGBTQIA+ e o resultado das eleições, que definiram Luiz Inácio Lula da Silva como o próximo líder do país. Em imagens que viralizaram na internet, a veterana é aplaudida por militantes ao se ajoelhar para rezar durante uma das manifestações que ocorreram em frente a um quartel do Rio de Janeiro.