Os motivos que afastam a presença feminina do estádio são muitos. Porém, um deles foi o responsável por impulsionar o desabafo de Carla Vilhena na manhã desta segunda-feira (18): "Meu marido foi ontem ao jogo do Fluminense [contra o São Paulo] no Morumbi. Cheguei a pensar em ir, mas estava cansada. Quando ele chegou, me disse: 'Ainda bem que não foi, pois as que estavam presentes eram xingadas pelas duas torcidas'".
Ao tocar na ferida e abordar o tema, a apresentadora, que está envolvida com as gravações do programa "Nossos Pais", do SBT, contou que "elas não estavam fazendo nada, nem vestidas diferente dos homens", levantando questionamentos sobre fatos importantes: "Até quando? O futebol é um 'espaço masculino'? A ousadia de invadi-lo custa a nós ter que ouvir gritos de 'pir*nha', apenas por estar ali?".
Na esteira dessas indagações, também explicou o porquê de o ambiente ter se tornado hostil àquelas que vão acompanhar os seus times de coração: "O clube não é punido, agressores não são processados, a polícia não faz nada, ninguém nem comenta. Ninguém se choca. Mas eu lembro: toda violência começa com discursos de ódio. É o primeiro passo. O que explica muita coisa".
Depois, ao ler o relato de uma torcedora admitindo nunca ter passado por uma situação dessas, tampouco presenciado caso semelhante durante as partidas, respondeu: "Que bom! Porque a última vez que estive no Maracanã, aconteceu comigo. Espero que não aconteça nunca com você". Com a repercussão, Vilhena frisou: "Mantenho o que disse, inclusive por eu já ter sido vítima em outras ocasiões, e em outros lugares".