Filha do meio de Zezé com Zilu Godoi, Camilla Camargo sempre esteve familiarizada com os cheiros, as texturas e os sabores do palco. Entretanto, preferiu seguir o próprio caminho no universo das artes. Além dos elogiados espetáculos "Zorro, O Musical" e "Caros Ouvintes", só para citar alguns, brilhou no elenco das novelas "Em Família", da Globo, e "Carinha de Anjo", do SBT, e no longa-metragem "Travessia", acompanhada de Chico Diaz e Caio Castro, já disponível no catálogo da Amazon.
Procurada pelo site, a atriz, que é casada com o diretor Leonardo Lessa desde 2018 e mãe dos fofos Joaquim e Julia , topou dar mais detalhes do seu "lado" youtuber, no qual divide momentos de troca de carinho e conversa sem restrições sobre essa longa trilha de amor e superação, explicando, inclusive, como concilia os afazeres e tem se reinventado na quarentena. Ainda durante o bate-papo exclusivo, ela destacou o poder das plataformas digitais e revelou se pretende investir na carreira internacional. Confira!
1. No fim de 2020, você lançou seu canal no YouTube, que está chegando a quase dois milhões de visualizações. Como tem sido a interação com os fãs? Esperava esse retorno tão positivo?
Sinceramente, não. Fiz como alternativa para ter uma ligação mais próxima com as pessoas que me seguem e curtem meu trabalho. Um lugar onde eu falaria das coisas de que gosto, e o resultado seria consequência. Mas, com certeza, fiquei muito feliz e realizada com a repercussão.
2. Um dos assuntos que você trata nas suas redes e no canal é a maternidade real. Qual é a importância de cada vez mais desromantizá-la? Recebe feedbacks sobre o tema?
Acho importante mostrar algo próximo da realidade, pois não é fácil. Amo ser mãe, sou muito grata, mas há desafios. Quando compartilhamos momentos e aprendizados, tudo fica mais leve, porque rola identificação, e isso é significativo. A gente cria uma rede de apoio, empatia e carinho.
3. Como tem sido os últimos meses com duas crianças em casa? O Joaquim se adaptou bem à chegada da Julia?
Está sendo um tempo de adaptação para todo mundo, mas é gostoso ver o carinho dele com ela. É cansativo, sim, mas também tem os momentos bem prazerosos, como quando acordam e fico brincando com os dois na cama juntos.
4. Você morou um tempo nos Estados Unidos, onde aprendeu a falar fluentemente inglês e espanhol, inclusive participou de um longa-metragem. A carreira internacional é uma meta?
Não exatamente, mas, se acontecer, será bem-vinda.
Você viu?
5. As plataformas de streaming têm ganhado força nos últimos tempos, inclusive foi o meio de distração de muitos na quarentena. Como você vê isso?
Acho maravilhoso. Amo assistir aos serviços de streaming e ter um controle maior sobre aquilo que estou vendo, até porque os horários das mães são variados (risos). Fora que tudo isso gerou mais oportunidades a vários profissionais do meu meio, o que é ótimo. Quanto mais trabalho, melhor.
6. Por falar nisso, "Travessia" está disponível na Amazon. Como se preparou e quais recordações você tem desse trabalho?
Fiquei alguns meses em Salvador, na Bahia, fazendo laboratório com a fono Valéria Leal e preparação com a Silvana Mateussi e o Sérgio Pena. Cheguei a ir a raves como pesquisa de campo, porque minha personagem Marina adorava. Além disso, tive contato com psicólogos que tratam viciados em drogas, que era um dos assuntos centrais do filme, e por aí vai. Foi um processo de total imersão para focar a vivência dela.
7. Você estará no longa "Intervenção", que aborda a questão da segurança pública. Qual sua opinião sobre o assunto? Depois da maternidade, ela mudou?
Segurança pública sempre foi um assunto que me preocupou, e acho que agora mais ainda como mãe de duas crianças. Precisamos reforçar a estrutura das nossas agências de inteligência, porque é por aí que se encontram caminhos para combater as facções criminosas que nos deixam em constante situação de apreensão e alerta nas ruas. Acredito que aprimorar a preparação dos nossos policiais é investimento, e não gasto. Quanto a isso, estamos falando em curto prazo, pois, como disse, esse tema é uma urgência, mas temos que pensar lá na frente também, visto que uma resolução efetiva claramente não seria do dia para a noite. Em longo prazo, algo imprescindível e que tem a ver é o incentivo à Educação. É ela que vai ajudar na construção do cidadão, preparando-o para o mercado de trabalho e ampliando as oportunidades.
8. Tem algum papel que sonha em fazer? Se sim, por quê?
Na verdade, vários, os mais diferentes possíveis. Quero ter a oportunidade de fazer personalidades bem distintas da minha realidade.
9. Com passagem por teatro, televisão e cinema, qual formato você prefere?
Essa é a resposta mais difícil, e cada um tem suas belezas e particularidades inigualáveis! Nos palcos, há o contato direto e instantâneo com o público. Na TV, normalmente, o trabalho pode ser visto por um maior número de pessoas, e esse alcance traz mais reconhecimento. Já o cinema é o mais fácil de eternizar, pois traz a possibilidade de assistir à obra quantas vezes, quando e onde quiser. Além disso, em geral, é outra linguagem. Meu desejo é ser uma atriz plural e fazer não só personagens bem variadas, mas também com gêneros diferentes e em veículos distintos.
10. Profissionalmente, como tem sido a quarentena para você?
Lancei meu canal em dezembro e participei de outros projetos paralelos, como o monólogo on-line interpretando Lúcia, de "Lucíola", de José de Alencar. Também estou analisando textos para o teatro, que é uma das minhas maiores paixões e onde fiz minha base, atuando em mais de vinte e dois espetáculos.