Ainda é cedo para se fazer qualquer tipo de comemoração, mas o SBT tem realinhado a rota do Chega Mais desde a mudança na direção e os resultados começaram a surtir efeitos: os índices de audiência subiram e os elogios do público se tornaram mais frequentes na última semana. Tudo porque a revista eletrônica diminuiu o espaço que vinha dando a pautas velhas e inúteis, e passou a valorizar assuntos que de fato estão no radar do interesse do público.
A audiência do programa estava em queda livre. Na primeira semana de maio, os índices fecharam abaixo dos 2 pontos na Grande São Paulo. E o público vinha sendo abastecido com dicas de plantas para decorar a casa, participação com inventores de coisas malucas, aulas de dança e outros assuntos que, convenhamos, passam longe do factual e raramente ainda têm apelo de audiência nos tempos atuais.
A impressão que dava era que o antigo time de diretores apostava muito no carisma imbatível dos três apresentadores (Michelle Barros, Paulo Mathias e Regina Volpato), mas não percebia que estava rifando o trio e os colocando na linha de frente do tiroteio da crítica especializada em avaliar índices de audiência.
As mudanças foram sutis. Começou com a ida dos filhos do motorista Ornaldo da Silva Viana, assassinado no tão falado acidente promovido pela Porsche, que era conduzida pelo empresário Fernando Sastre de Andrade Filho. Ele conduzia o carro a 156 km/h em uma avenida cujo limite era de 50 km/h, e atingiu em cheio o veículo de Ornaldo, que morreu na hora.
Neste dia, o Chega Mais registrou média de 2,4 pontos na Grande São Paulo. O índice é o maior já obtido desde a chegada de Ariel Jacobowitz no comando da revista eletrônica. E isso serviu de alerta interno para que a emissora investisse mais em assuntos que de fato são interessantes ao público.
Com isso, surgiu a decisão de enviar Paulo Mathias ao Rio Grande do Sul para acompanhar de perto os efeitos da tragédia que acometeu o Estado. Com reportagens sensíveis, e muitas lágrimas exibidas ao vivo, os números do Chega Mais foram mantidos acima dos 2 pontos, deixando o programa mais competitivo pelo terceiro lugar --já que o posto havia sido assumido pela Band.
Assim como foi dito no início, ainda está cedo para se comemorar algo. Afinal, a tragédia provocada pelas enchentes no RS é um assunto de interesse nacional e o time do Chega Mais terá mais desafios para manter a audiência nova que chegou e estacionou no matinal e também trazer mais público.
Mas essa mudança sutil e importante na linguagem do programa já mostra que o Chega Mais está longe de ser um peso morto na grade do SBT. Há um time excelente trabalhando na frente e por trás das câmeras. Focar naquilo que de fato é interessante ao público é a chave que fará a virada dos números, que desde então tem registrado médias finais acima dos 2 pontos. E isso o time de Ariel Jacobowitz parece ter percebido.