No último domingo (5), Samara Felippo deu uma entrevista ao programa Fantástico, da Globo, e se emocionou ao falar sobre os ataques racistas sofridos por sua filha, Alícia, de 14 anos. A adolescente, primogênita do relacionamento da artista com o ex-jogador de basquete Leandrinho Barbosa, foi alvo do crime praticado em uma escola em São Paulo em abril deste ano. "É impossível uma mãe não sentir raiva nesse momento. Eu não quero ver minha filha chorando, nenhuma mãe quer", admitiu.
"Teve que refazer cada linha do trabalho que tinha feito com todo o capricho. Ela chorava compulsivamente porque estragaram o trabalho dela. Dentro do caderno, tinha uma frase de cunho racista gravíssima (...) Não tô aqui pra apedrejar a escola, imagina. Ela recebeu o acolhimento, e o que eles fizeram foi importante pra acharmos os responsáveis. Mas ainda é um projeto antirracista falho", relatou.
"Eu gostaria que minha filha não convivesse mais com as agressoras. Quando essas meninas voltarem para o ambiente escolar, se voltarem, a minha filha vai revisitar essa dor. Eu não quero o mal, não tô odiando ninguém", acrescentou.
A atriz ainda esclareceu que está usando sua visibilidade para trazer mais atenção para o racismo: "Estar aqui é um pouco do que eu posso fazer". "Eu, como mãe branca, estou engajada nesse letramento. É assim que vou ajudar minha filha. Eu queria muito trazer pro centro desse debate as mães pretas (...) Todos os dias, essas mães precisam revisitar dores que elas viveram, coisas que eu não passei e nunca vou passar, mas vivo com minha filha", apontou.
"Ela está refazendo todo o trabalho. Está em pleno processo de formação ainda, no auge dos seus 14 anos (...) A Alícia é muito tímida, ela é muito na dela, ela é muito amorosa, ela é muito sensível. E é muito lindo ver ela conseguir falar tudo que ela precisa falar (...) Blindar, realmente, não dá. É fazer com que ela tome consciência do poder que ela tem, da menina maravilhosa que é, que ela pode ocupar o espaço que ela quiser", concluiu.
A jovem de 14 anos teve o caderno rasgado e rasurado com frases racistas escritas pelas adolescentes no colégio Vera Cruz, um dos mais caros da cidade. A atriz inclusive prestou depoimento em uma delegacia no centro de São Paulo, relatando o crime.
*Texto de Júlia Wasko
Júlia Wasko é estudante de Jornalismo e encantada por notícias, entretenimento e comunicação. Siga Júlia Wasko no Instagram: @juwasko