A mãe de Paulo Gustavo comentou sobe sua vida amorosa
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A mãe de Paulo Gustavo comentou sobe sua vida amorosa

Em entrevista à Maria Claire, Déa Lúcia abriu seu coração e contou mais detalhes sobre sua vida amorosa, relação com o público e luto após três anos da morte de seu filho, Paulo Gustavo. Aos 76 anos, ela tornou-se um fenômeno e vem sendo aclamada pelo público do Domingão com Huck, na Globo.

Em comemoração ao Dia da Mulher, Déa Lúcia contou mais detalhes de sua carreira na televisão e não deixou de incluir suas intimidades, como liberdade e sexo na terceira idade.

"A Dona Hermínia eu costumo dizer que é um clã. A minha avó era essa pessoa que eu sou e que Paulo Gustavo retratou muito bem e puxei essa coisa dela. A minha vida toda eu batalhei, trabalhava de dia para comer de noite, cantava de noite para comer de dia. Foi uma vida de luta. Nos últimos anos, Paulo Gustavo conseguiu atingir um certo status financeiro e ele falou para mim: 'Agora chega, você não vai mais trabalhar'. E foi aí que passei a dar mais trabalho pra ele [risos]", contou.

Sobre seu trabalho do Domingão com Huck, ela esclareceu como foi se aventurar na televisão: "Foi o Luciano [Huck] que me obrigou [risos]. Ele já era amigo de Paulo Gustavo. Quando ia fazer um ano do acontecido, o Luciano me chamou para participar do programa, e eu e Angélica seríamos as juradas artísticas da Dança dos Famosos. Eu não falava muito, mas fiz brincadeiras, foi divertido. E aí, quando chegou no final de 2022, ele falou: 'Vem, Dona Déia'. Fiquei resistindo, mas agora estou aí, contratada".


"Fiquei um pouco com medo, mas de uma certa maneira foi bom para mim. As pessoas me dizem que sou forte, mas digo que tenho três pilares que me sustentam: a fé - não sou aquela pessoa de ficar na igreja, já passei por todas as religiões e agora sou Ecumênica -, que tenho muita, a família e o trabalho. Esse último, inclusive, foi uma das melhores coisas que me aconteceram, mesmo que canse para cachorro [risos]. Não sei por quanto tempo vou ficar ou quanto que vou aguentar, mas está sendo muito bom trabalhar porque me dá um gás para o resto da semana, ocupa minha vida", acrescentou.

"Eu adoro receber o carinho das pessoas nas ruas. A única coisa que me incomoda é a inconveniência [risos]. Mas recebo muito carinho, esses dias uma senhora de 80 e poucos anos me parou na rua e disse que adora me assistir aos domingos", admitiu.

"Ficar em casa [risos]. Todo mundo cai duro quando falo isso. Não sou uma pessoa de rua, que sai de casa, gosto de ver televisão. Agora só assisto filme de Papai Noel e beijo na boca, a vida tá muito dura. Só filme de homem bonito. [risos]", disse sobre seus hobbies.

Já a vida amorosa de Déa Lúcia está animada. "Solteira! Você acha que quero aporrinhação na minha vida? Homem não gosta de mulher igual a mim, eles têm medo [risos]. Querem uma senhorinha quietinha e não sou essa pessoa. Beijar na boca é muito bom, a vida sexual está ativa. Sábado eu vou a São Paulo, consigo ter minha privacidade, sou malandra dos anos 47, não sou igual a vocês que hoje em dia só querem aparecer [risos]", admitiu.

"Não, primeiro que não dou confiança. Se eu ler algo do tipo já paro, não ligo para essas pobrezas de espírito", disse sobre se sentiu hostilizada por sua idade. "A  minha cabeça é de 30 anos, querida. Vai apagar o quê? Meu corpo? Não querem me ver, mas foda-se, eu vou falar e vão ficar me ouvindo. Não sou atriz, mas se fosse estaria muito aborrecida, porque são vários artistas maravilhosos de idade que só tem a acrescentar com seu talento e estão aí parados, sofrendo pressão estética para mudar a aparência, perder a essência", pontuou.

Paulo Gustavo morreu no dia 4 de maio de 2021, e sua mãe admitiu que ainda não superou 100%. "Eu sinto saudade de Paulo Gustavo, muita! Tem hora que dá um desespero, mas eu mesma me controlo. Choro se precisar chorar, mas choro sozinha, de noite, quando estou comigo no meu quarto (...) 'Rir é um ato de resistência', essa frase dele. Não adianta você querer ver o mundo através de lágrimas, briga, sofrimento... vamos mudar as coisas, viver de uma maneira leve. Ele nos deixou isso e é o que eu quero deixar também", desabafou.

A mãe de Paulo Gustavo ainda revelou sua opinião sobre a legalização do aborto: "Vou fazer 77 anos, na minha época não tinha modernismo nenhum. Sempre fui uma pessoa 'para frente'. O pai do meu ex-marido, Júlio, era um psiquiatra e já falava sobre o empoderamento da mulher. Eu escutava, mas não nasci muito para casar não, tá? Eu nasci para ter filho. E quando percebi que o meu era gay, soube que tinha que proteger meu filho, então nunca fui como as mães que escondem e recriminam, estou sempre à frente do meu tempo. Em relação ao aborto, é o seguinte: eu, Déa Lúcia, talvez não faria. Mas acho que é uma necessidade, porque sou do tempo em que as mulheres colocavam agulha de crochê para abortar e já vi milhares e milhares morrendo porque não tinha uma clínica que as atendessem com isso. Se eu fosse parlamentar, votaria a favor do aborto porque ele protege a mulher nesse sentido. Agora se for entrar na questão religiosa, acho dez vezes pior ter um filho e abandonar. Outro dia eu li que o maior aborto que existe é o pai que não quer seu filho".

*Texto de Júlia Wasko
Júlia Wasko é estudante de Jornalismo e encantada por notícias, entretenimento e comunicação. Siga Júlia Wasko no Instagram: @juwasko

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