A empresária Cristiana Arcangeli perde processo pela segunda vez após acusar o ex-companheiro e também empresário, Álvaro Garnero, de estelionato, organização criminosa e lavagem de dinheiro
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A empresária Cristiana Arcangeli perde processo pela segunda vez após acusar o ex-companheiro e também empresário, Álvaro Garnero, de estelionato, organização criminosa e lavagem de dinheiro

A empresária Cristiana Arcangeli perdeu, pela segunda vez, a ação contra o ex-namorado e também empresário, Álvaro Garnero, em que o acusa de estelionato, organização criminosa e lavagem de dinheiro. A decisão, em segunda instância, foi publicada no último dia 7 após a apresentadora recorrer à setença inicial publicada pela Justiça de São Paulo no dia 1 de dezembro de 2022, que julgou improcedente o pedido.


Na ação, Arcangeli afirma que foi "captada" por Garnero a fazer um investimento de US$ 300 mil (cerca de R$ 1,6 milhão) no mercado de criptomoedas e não teve retorno dos recursos, repassados a uma conta pessoal do ex-companheiro em um banco em Nova York, nos Estados Unidos.

Na época dos fatos, entre 2017 e janeiro de 2018, a apresentadora afirmou que Álvaro Garnero teria feito investimentos através de uma empresa chamada Hibridus Club, que era alvo de investigações sobre suposto esquema de pirâmide financeira.

Na avalição, feita em segunda instância pela juíza Leila Hassem da Ponte, consta que "a transferência da autora para o réu é aspecto incontroverso da demanda. A questão pendente de solução, então, é a eventual responsabilidade do réu pela devolução dos valores".

O documento ainda diz que "por mais que a autora tente imputar ao réu a responsabilidade pelo destino do dinheiro, é certo que a responsabilidade civil dele não ficou configurada no caso, pelo que era de rigor a rejeição de seus pleitos."

"Com efeito, do que se infere dos autos, a partir da petição inicial e dos documentos acostados ao processo, a autora transferiu o montante ao réu, que atuou como mero intermediador, para que o réu investisse a quantia em bitcoin, ficando as criptomoedas provenientes da operação sob os cuidados do terceiro [Helio Caxias] com quem a autora de fato mantinha relação jurídica", consta o documento.

Segundo a defesa da empresária, Garnero sabia das investigações e mesmo assim atuava como sócio oculto e responsável por captar investidores para a Hibridus Club, de propriedade de Hélio Caxias Ribeiro Filho e Thalia Alves Ribeiro.

Na decisão, em primeira instância, constatou-se que Cristiana tinha "plena ciência" acerca do negócio jurídico celebrado somente com o Sr. Helio Caxias, inexistindo qualquer questionamento acerca do contrato constar somente em nome da empresa Hibridos, representada pelo administrador Helio Caxias, sem qualquer participação de Álvaro.

Diante disso, "concluiu-se que a participação do requerido limitou-se a acompanhar o investimento realizado pela autora com o requerido, facilitando a operação através da utilização da sua conta mantida nos Estados Unidos para a transferência dos recursos", declarou. 

O processo

Arcangeli pediu que a Polícia Civil e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de SP, investigassem o ex-companheiro, os donos da Hibridus Club e mais quatro pessoas por organização criminosa, em suposto crime de pirâmide financeira.

A apresentadora diz que há dois anos tenta reaver, sem sucesso, o dinheiro repassado ao ex-companheiro e por isso procurou a Justiça.

Em janeiro de 2022, o advogado Nelson Wilians, que representa o empresário Álvaro Garnero, declarou que Cristiana já havia ingressado com o mesmo pedido de instauração de inquérito policial contra o cliente dele na Justiça, mas em janeiro de 2020, o juiz da ação "concluiu pela ausência de quaisquer 'indícios de caráter criminoso na conduta descrita, porque inexistente'".

O advogado afirmou ainda que "parece que nesse caso há problemas passionais mal resolvidos" entre Cristina e Álvaro, que foram namorados por cinco anos, entre os anos de 2010 e 2015.

Em resposta, na época Cristiana pontuou:

"Sobre a nota emitida pela defesa do Sr. Álvaro Garnero, tem-se que:

1. O noticiado Álvaro Garnero e sua defesa emitem uma nota com características machistas e misóginas ao tentar associar um relacionamento que terminou 3 anos antes da data do fato e hoje já faz 6 anos;

2. O inquérito policial anterior mencionado pela nota de Álvaro encontra-se ativo e não se confunde com a notícia-crime de agora - que visa a apurar a existência de organização criminosa integrada por Álvaro para lesar pessoas;

3. É muito fácil emitir uma nota irônica estando esquiando nos alpes franceses ao tempo em que as pessoas lesadas pela Hibridos e pela Meu Pé de Bitcoin, em sua maioria, são carentes e perderam todas as suas economias."

* Texto de Lívia Carvalho
Lívia Carvalho é estudante de Jornalismo e apaixonada por cultura pop. Antes de entrar no time da coluna, foi produtora, apresentadora e repórter no programa Edição Extra, da TV Gazeta. Siga Lívia Carvalho no Instagram: @liviasccarvalho

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