A atriz contou como aceitou sua sexualidade
Reprodução/Globo/Estevam Avellar
A atriz contou como aceitou sua sexualidade

Renata Gaspar admitiu que, ainda na adolescência, viu pela primeira vez um beijo entre mulheres e sentiu repulsa. Atualmente, a atriz está no ar em Terra e Paixão como Mara, que vive um relacionamento com Menah, interpretada por Camila Damião.


A artista é bissexual e casada desde 2020 com a empresária Bebel Luz. Renata contou ao Universa Uol que a trama entre Mara e Menah a emociona, principalmente por ser a referência de um relacionamento LGBTQIAP+ que ela não teve quando era mais jovem.


Renata confessou que lutou contra seus próprios desejos na adolescência e trocava o gênero das pessoas que se interessava ao contar histórias para amigos.

"Me descobri bem homofóbica, na verdade. Fiquei obcecada por uma menina do grupo, pensava que ela era muito talentosa, muito bonita, não parava de falar nela. E ela namorava outra menina e a primeira vez que as vi juntas pensei: 'Eca!'", contou.

"Não tirava essa menina da cabeça, mas neguei esse sentimento por muito tempo. Tinha muita raiva e nojo. Toda aquela homofobia se voltou contra mim. Me odiava, odiei a menina. Foi um longo processo até o momento que falei 'é isso mesmo'", afirmou.

Renata contou que tinha um melhor amigo no teatro que também estava descobrindo a sexualidade: "Escondíamos um para o outro porque não tínhamos referência, não tínhamos com quem falar. Minhas amigas viam aquilo como algo muito errado, feio. Até que uma hora nos assumimos juntos. Ele me contou que, na verdade, todas aquelas meninas de quem ele contava histórias eram caras. Passamos pelo mesmo processo".

Além de seu papel na novela das nove, a atriz interpretou Stephany, uma vítima de um feminicídio, em Um Lugar ao Sol. Para ela, a violência de gênero deve ter retratada cada vez mais com complexidade e cuidado pela teledramaturgia brasileira.

"Em Um Lugar ao Sol recebi muitas mensagens. Muitas mulheres me escreveram no Instagram para contar histórias. Eu não tinha nem visto muitas dessas mensagens, estavam naquela caixa de solicitações. Vi um ano depois muitas mensagens e continuo respondendo. É muito, muito forte mulheres te dizerem 'vivo isso e senti uma esperança' ou 'percebi agora que vivo isso e não é normal', muitas agradecendo", relembrou.



"Esses temas são explorados cada vez mais com refinamento. Antes, a violência de gênero ou doméstica seria retratada com um homem batendo em uma mulher. Agora, pelo menos a Globo tem feito isso, estamos contando que não é apenas isso. Minha personagem sofre uma violência patrimonial e não tem violência física. Também há abuso psicológico", afirmou.

*Texto de Júlia Wasko

Júlia Wasko é estudante de Jornalismo e encantada por notícias, entretenimento e comunicação. Siga Júlia Wasko no Instagram: @juwasko



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