Na tarde dessa quinta-feira (7), os fãs de Ludmilla recebram uma dica nada aconselhável da cantora durante o festival de música The Town. Ela, que é garota propaganda do banco Itaú que também é um dos patrocinadores do evento, sugeriu em tom de brincadeira que as pessoas pedissem dinheiro a agiotas e fossem "pagando daqui até lá" para irem ao Numanice 2024, que será realizado em um cruzeiro.
Só que, posteriormente, quando a artista retornou ao palco com novo figurino para performar as outras músicas, a cantora voltou atrás em sua fala e corrigiu prontamente o "conselho": "Sobre o Numanice, já sei. Um lugar melhor para vocês pegarem dinheiro é no Itaú, tá?", disse. Confira:
Na internet, os internautas logo sugeriram que Ludmilla teria levado um "puxão de orelha" do patrocinador ou da equipe dela por meio do ponto eletrônico que ordenaram a moça contornar sua fala urgentemente.
No entanto, em entrevista ao F5, Pedro Smith, gerente de redes sociais e conteúdo do Itaú Unibanco, nega que houve "bronca" por parte da empresa. "Não, a gente realmente tem zero interferência na parte artística. O show foi pensado por ela, e a Ludmilla é uma artista muito criativa. Ela falou da maneira dela, o que eu acho que é muito importante também. Tudo que ela falou ali no palco ajuda as pessoas. No final, ela conseguiu corrigir e conscientizou as pessoas, falou ali no final 'procura o banco, se você quiser comprar o ingresso'", disse.
"A gente tem uma relação com nossos parceiros que é muito orgânica. Não chegamos a alinhar necessariamente que ela precisava falar em cima do palco, até porque a gente dá esse espaço para o artista. É uma opção dela falar ou não. E ela fez da maneira mais reverente, como ela é, de comentar sobre o Numanice, de que o banco poderia ser uma opção para as pessoas conseguirem ingresso.", pontuou.
Como funciona a lei de agiotagem no Brasil
Quem pratica a agiotagem, ao cobrar juros abusivos de pessoas em vulnerabilidade econômica, está praticando atos ilícitos. Agiotagem é a prática de emprestar dinheiro a outras pessoas com juros excessivos e superiores ao permitido por lei, sem possuir uma empresa legalizada para tal fim. Ou seja, trata-se daqueles que estão fugindo das regras e, em muitos casos, cometendo um crime. A Lei 1.521 é a que trata de crimes contra a economia popular.
Além disso, oferecer empréstimo sob condições estipuladas por ele e sem nenhum respaldo judicial, caracteriza uma atividade não regulamentada. Com isso o dinheiro é emprestado sem autorização do Banco Central, com condições injustas e irregulares. Assim, o agiota está sujeito a pena de dois a oito anos de prisão e multa.
* Texto de Lívia Carvalho
Lívia Carvalho é estudante de Jornalismo e apaixonada por cultura pop. Antes de entrar no time da coluna, foi produtora, apresentadora e repórter no programa Edição Extra, da TV Gazeta. Siga Lívia Carvalho no Instagram: @liviasccarvalho