A atriz Malu Galli, que está em cartaz com a peça A Cerimônia do Adeus, no Copacabana Palace, no Rio, expôs como lida com o preconceito com o Camdoblé, religião que pratica há oito anos. A artista publica com frequência sobre sua crença nas redes sociais, tendo recentemente participado da festa de Xangô. Mas apesar de não se limitar a falar sobre o tema, a famosa afirma que vive as consequências.
"A gente tem uma luta muito grande pela frente. A intolerância religiosa, nem chamo de intolerância, acho que as religiões não têm que ser toleradas, têm que ser respeitadas, como dizia minha mãe Beata de Iemanjá. O que se pratica hoje no Brasil não é só intolerância religiosa, é terrorismo religioso.", declarou em entrevista à Veja.
"Os terreiros estão sendo invadidos e depredados, as pessoas estão sofrendo violência. Isso é terrorismo, não é só preconceito. É uma coisa que está crescendo pelo Brasil e a gente precisa de políticas públicas que nos protejam, para que seja criminalizado.", prossegiu.
E revelou como lida com o preconceito nas redes sociais. "Quando posto algo, perco alguns seguidores ali, mas não estou nem aí, não tenho a menor preocupação. Eles que vão com o Deus deles lá, que eles fazem questão de dizer que é o Deus de todos. Quero que esteja comigo quem gosta de mim do jeito que sou, quem me admira e me respeita. Como artista é um gesto político a gente afirmar.", disse.
A atriz vive Aspásia, mãe do jovem Juliano, que fantasia diálogos com os filósofos existencialistas Simone de Beauvoir e Jean Paul Sartre no novo projeto. Em A Cerimônia do Adeus, a narrativa discorre sobre conservadorismo, homossexualidade em meio a conflitos familiares.
* Texto de Lívia Carvalho
Lívia Carvalho é estudante de Jornalismo e apaixonada por cultura pop. Antes de entrar no time da coluna, foi produtora, apresentadora e repórter no programa Edição Extra, da TV Gazeta. Siga Lívia Carvalho no Instagram: @liviasccarvalho