Manu Gavassi liderou um painel no primeiro dia da Vidcon, em São Paulo
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Manu Gavassi liderou um painel no primeiro dia da Vidcon, em São Paulo


Manu Gavassi é hoje vista pelo mercado de influenciadores digitais como um modelo a ser seguido. Antes de sua mente brilhante ser exposta no BBB 20, as marcas estavam habituadas a um modelo padrão de negócio, balisando a contratação de "talentos" por seus números de seguidores em redes sociais, e não pelo real poder de influência. Hoje, o cenário é diferente. A relevância digital passou a ser definida por outras métricas, e muitos dos que se apresentavam como influencers acabaram desmascarados por não terem nenhum poder real de influência sobre seus seguidores.

Convidada para liderar um painel na Vidcon, na última sexta-feira (7), intitulado "O Poder da Co-Criação: Como Criar Campanhas Mais Eficazes Em Parceria com Criadores de Conteúdo", Manu basicamente explicou como se tornou a queridinha das marcas "premium" e, de tabela, fez o mercado reavaliar os investimentos em publicidade digital.


"É escancarado no resultado final, quando aquilo é verdade para a pessoa que está fazendo [a campanha] e quando não é. E daí eu acho que todo mundo tem a perder. A marca tem muito a perder. Você não vê naquela pessoa que está lá, seja um creator, influencer ou artista, você não vê verdade naquele discurso porque ele tá sendo pago. E dá uma sensação de oportunismo, e não uma sensação de divulgação de fato com a marca e que faz sentido essa parceria. Pra mim isso é o que eu sempre prezo, o que eu faço de verdade", disse ela no painel.

"Eu acho que é muito claro quando existe um modelo de conteúdo e todo mundo vai pra esse lado fazer esse tipo de conteúdo. Não é todo mundo que é engraçado, que é irônico, que vai saber ler um TP bem ou que vai sentar no sofá de casa, pegar o celular e ser extremamente espontâneo a ponto de eu me encantar por uma pessoa ou por aquele produto. Isso é uma coisa que me incomodava muito antes, que agora eu vejo uma mudança", continuou.

Manu apontou que antes as empresas estavam preocupadas apenas em enviar o mesmo briefing de campanha para os creators contratados, sem avaliar se de fato aquela figura conversava com o público desejado pela marca. E na sua percepção, os contratantes olhavam apenas para o número de seguidores e acabavam entregando o mesmo conteúdo nas redes sociais de pessoas que não davam match com a proposta da campanha.

"Eu converso com várias amigas minhas que são artistas e atrizes. Elas falam: 'Nossa, meu sonho é fazer esse tipo de conteúdo que você faz’. Alguém me dá um roteiro para eu fazer bem, porque assim eu chego na minha casa com uma diária de 12 horas gravando e eu tenho que fingir que eu sou influenciadora e mostrar a minha vida. Antes o Brasil veio numa de: 'Vamos transformar todo mundo adora influenciadora'. Você tem seguidor? Você é um influenciador. Eu não acho que é assim", avaliou.

Para ela, o influenciador eficaz é aquele que realmente se envolve com a marca, e pensa na "publi" como um serviço interessante e atrativo para seus seguidores, exposto numa comunicação que esteja alinhada com quem você é no dia a dia, e não somente pensar no cachê e fazer uma divulgação automatizada.

"Eu acho que tem pessoas que são extremamente eficazes e muito talentosas em simplesmente serem quem elas são. E daá elas mostram uma vida em que o produto anunciado é inserido na vida delas. Isso é lindo. Existe isso, de você ter um talento de mostrar quem você é, a vida dessa maneira, e também você ter um talento na frente das câmeras. Você tem um talento criativo e eu acho que é isso a verdade. É entender onde eu me destaco, o que eu faço bem, o que é verdade, e questionar por que é gostoso pra mim. É ter essa compreensão", analisou.

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