Carlos Vereza voltou a dar um show de transfobia publicamente. Desta vez, ele escolheu o tapete vermelho da noite de abertura da segunda edição do Festival de Cinema de Vassouras - No Vale do Café, no interior do Rio de Janeiro, para proferir seus pensamentos contra a comunidade LGBTQIAP+. E fez isso diante de toda a imprensa, reforçando seu conservadorismo.
Apenas para contextualizar você, caro leitor, recentemente Vereza usou suas redes sociais para criticar a presença de um bloco da Parada do Orgulho LGBTQIAP+, realizada no último domingo (11), em São Paulo, que deu destaque a crianças transexuais, devidamente acompanhada de seus pais. No vídeo, ele se mostrou escandalizado com o fato e proferiu falas agressivas contra as pessoas transexuais. E agora, novamente ele voltou a reafirmar seus pensamentos.
"Criança de sete anos não tem livre arbítrio para escolher sexualidade, é covardia. A criança trans isso é mentira, isso é mentira! Aí eu gravei um um vídeo que viralizou, né? E não me arrependo, muito pelo contrário", disse ele. As falas foram ditas em uma entrevista a uma repórter do TV Fama, da RedeTV!, e acompanhada por todos os jornalistas que estavam no entorno.
"Veja bem, uma criança de 7 anos matar o vizinho, ela é presa, não é verdade? Vai para o reformatório. Agora, como é que essa criança de 7 anos vai escolher ser trans. É mentira biologicamente, é mentira contra todas as vezes da biologia... é mentira. Aí você é adulto, pega a criança e bota pra desfilar, aí eu tive que gravar", complementou.
Vereza está no festival para lançar seu novo filme, o curta-metragem Frankfurt, e traçou um paralelo entre sua obra e os tempos atuais, aumentando ainda mais o volume de críticas ao comportamento atual da sociedade, que condena falas e comportamentos agressivos e violentos contra minorias.
"A Escola de Frankfurt começa em 1920, na Alemanha, quando eles pegam a teoria marxista e consideram a teoria marxista superada, mas eles pegam a base do marxismo e transformam num marxismo cultural. Depois, fugindo da Alemanha, eles vão para os Estados Unidos como exilados, fugindo do nazismo, se infiltram nas faculdades e criam então essa coisa horrível que se espalha pelo mundo, em que tudo é proibido, tudo é racismo, identitarismo, enfim todo esse tipo de repressão linguística, de repressão de relação das pessoas umas com as outras. E meu filme fala sobre isso", explicou.
As falas de Vereza no tapete vermelho do festival deixaram as pessoas assustadas. Outros atores que passaram por ele no momento, e ouviram suas falas, sequer se aproximaram do veterano ao longo da noite e aproveitaram para dar opiniões completamente opostas quando entrevistados.
"Eu não ligo, não. Quem, pelas minhas opiniões deixa de ser meu amigo, eu estou pouco me importando. Eu não sou radical, eu procuro manter uma tradição humanista da civilização judaica-cristã, que eles querem acabar. Eu sou contra, eu não vou fazer nada. Não vou conseguir modificar nada, mas eu vou deixar minha opinião. Eu tenho biografia, tenho duas filhas, um filho, uma neta. Tenho uma história", encerrou.
*A coluna viajou a Vassouras (RJ) a convite da organização do Festival de Cinema.